Em Khan Younis, a zona mais importante do sul da Faixa de Gaza e reduto do Hamas, os aviões de combate israelitas bombardearam "dois complexos utilizados como infraestruturas terroristas e mataram terroristas armados no interior", um dos quais transportava um lança-foguetes anti tanque RPG, declarou um porta-voz do Exército israelita.
As tropas realizaram também "ataques direcionados", nos quais localizaram "grandes quantidades de armas, equipamento militar e bens tecnológicos", incluindo no interior da residência de um suposto membro das milícias, e neutralizaram uma célula que preparava um alegado ataque contra as forças israelitas na zona do Hospital Al Amal, acrescentou a mesma fonte.
Este hospital, bem como o Hospital Naser, ambos em Khan Younis, estão cercados pelo Exército há vários dias, enquanto os médicos, os doentes e os milhares de deslocados estão retidos no interior, sem alimentos e com uma escassez de material médico, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Entretanto, no centro da Faixa de Gaza, as tropas israelitas "mataram dezenas de terroristas armados durante vários combates" tendo o Exército utilizado carros de combate e infantaria, afirmou o porta-voz militar.
No norte da Faixa de Gaza, onde a incursão terrestre israelita teve início no final de outubro do ano passado e onde o Exército tinha assumido um controlo quase total, os combates aumentaram de intensidade.
Vários confrontos eclodiram nos arredores de Al Shati, provocando a morte de numerosos combatentes do Hamas e a apreensão de armas.
Os bombardeamentos israelitas visavam infraestruturas das milícias, os postos antitanque, os túneis e os postos de observação, informou ainda o Exército israelita.
De acordo com informações da Rádio do Exército, as tropas planeiam reforçar as operações no norte do enclave palestiniano nas próximas semanas, porque existem "indicações" de que o Hamas está a tentar restabelecer "presença militar no local".
O relatório, que não cita fontes, disse que o Exército acredita que cerca de dois mil membros do Hamas permanecem na área, sob o controlo do comandante local Izadin al-Hadad, enquanto os principais líderes do grupo islâmico estão "escondidos no sul".
A situação pode ficar a dever-se à ausência de um organismo para gerir os assuntos civis no norte de Gaza, estando o Hamas a ocupar o "vazio de poder", de acordo com a Rádio do Exército.
O número de mortos palestinianos na Faixa de Gaza aumentou para 26.422 mortos registando-se mais de 65 mil feridos, na maioria crianças e mulheres.
"Dezenas de civis foram mortos e outros ficaram feridos na sequência dos bombardeamentos israelitas em curso em várias zonas da Faixa de Gaza", noticiou a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa, referindo, entre as vítimas, o jornalista Isam al-Lulu, a mulher e os dois filhos, mortos no centro do enclave.
Segundo a agência Wafa, as forças israelitas efetuaram "ataques aéreos intensos e ferozes" contra o bairro de al-Zaytun, no sul da cidade de Gaza, e na zona de Tal al-Hawa, a oeste da cidade.
Além dos mortos e feridos, cerca de oito mil palestinianos estão desaparecidos sob os escombros e em outras zonas do enclave onde as ambulâncias não têm acesso, enquanto cerca de 1,9 milhões de pessoas, 85% da população, estão deslocadas enfrentando uma crise humanitária sem precedentes.
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