DUP disposto a levantar boicote ao governo na Irlanda do Norte

O Partido Democrata Unionista (DUP) anunciou esta madrugada estar disposto a viabilizar a formação de um governo da Irlanda do Norte após um boicote durante dois anos em protesto contra o estatuto comercial pós-Brexit da região. 

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© Liam McBurney/PA Images via Getty Images

Lusa
30/01/2024 09:16 ‧ 30/01/2024 por Lusa

Mundo

Irlanda

O líder, Jeffrey Donaldson, declarou que a direção do partido apoiou os termos de um acordo alcançado com o Governo do Reino Unido, os quais "fornecem uma base para que o partido nomeie membros para o executivo da Irlanda do Norte, permitindo assim a restauração das instituições eleitas localmente".

"O resultado foi claro (...) foi-me dado um mandato para avançar", disse aos jornalistas em Lisburn, perto de Belfast, já de madrugada, onde o DUP esteve reunido.

Donaldson deixou imediatamente claro que o processo dependeria da votação em Londres de uma proposta de lei e de um acordo sobre o calendário, cujos pormenores serão revelados mais tarde.

O acordo foi alcançado depois de, na semana passada, o Governo britânico ter dado aos políticos da Irlanda do Norte um prazo até 08 de fevereiro para restabelecerem o governo autónomo ou enfrentarem novas eleições.

O ministro para a Irlanda do Norte, Chris Heaton-Harris, manifestou-se satisfeito com a decisão do DUP, declarando que "estão reunidas todas as condições para o regresso da Assembleia". 

"Os partidos com direito a formar um executivo vão reunir-se hoje para discutir essas questões, e espero poder finalizar este acordo com os partidos políticos o mais rápido possível", adiantou através da rede social X. 

O DUP abandonou o governo regional em fevereiro de 2022 por discordar com as regras comerciais pós-Brexit, as quais entende criarem uma fronteira económica entre a região e o resto do Reino Unido, isolando a Irlanda do Norte. 

Desde então, tem-se recusado a regressar ao governo com o Sinn Féin, que foi o partido mais votado nas eleições regionais de 2022. 

De acordo com as regras de partilha de poder estabelecidas como parte do processo de paz da Irlanda do Norte, a administração deve incluir tanto os unionistas, defensores da permanência no Reino Unido, como os republicanos irlandeses, que querem a reunificação com a República da Irlanda.

A líder do Sinn Féin, Mary Lou MacDonald, mostrou-se "otimista" com a perspetiva de o governo da Irlanda do Norte estar a funcionar antes de 08 de fevereiro.

A paralisia política e, em particular, a ausência de um parlamento e de um executivo locais com jurisdição sobre questões como a educação e a saúde está a perturbar gravemente os serviços públicos na província, uma situação exacerbada pela crise do aumento do custo de vida.

No início de janeiro, dezenas de milhares de funcionários públicos entraram em greve para exigir melhores salários, um movimento com uma dimensão nunca antes vista na província.

A decisão do DUP enfrenta a oposição de alguns unionistas de linha dura, que afirmam que mesmo controlos aduaneiros ligeiros criam uma barreira comercial interna na prática, pelo que dezenas de manifestantes concentraram-se em frente ao local da reunião do DUP na segunda-feira.

Donaldson revelou na semana passada que tinha recebido ameaças por causa das suas tentativas de negociar um regresso ao governo.

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