"É claro que a atividade criminosa não pode ficar impune. Mas esta discussão é, em grande medida, uma distração do que está a acontecer realmente em Gaza; uma distração do facto de que a toda uma população está a ser negado o acesso a alimentos, água potável e abrigo; de que não há eletricidade em Gaza há mais de cem dias", disse o porta-voz da OMS Christian Lindemeier.
Israel acusou uma dezena de funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) de terem estado envolvidos nos ataques de 07 de outubro em Israel, resultando no seu despedimento imediato e na abertura de uma investigação.
Vários países que financiam a organização congelaram, pelo menos temporariamente, as suas contribuições, sendo a União Europeia a exceção mais significativa, depois de Bruxelas ter anunciado que tomará uma decisão final quando conhecer as conclusões da investigação.
O porta-voz da OMS insistiu na posição inicial da sua organização, que tem sido a de pedir aos doadores que não suspendam o seu financiamento num momento em que tantas vidas dependem destes recursos.
"Cortar o financiamento só prejudicaria o povo de Gaza, que precisa desesperadamente de ajuda", sublinhou Lindemeier, lembrando que, desde o início da guerra, a UNRWA proporcionou um milhão de consultas médicas através das suas unidades de saúde.
Além dos cuidados de saúde, a UNRWA tem sido responsável por todos os serviços essenciais para a população da Faixa de Gaza, incluindo a educação, nas últimas décadas.
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