"Chegará o momento em que a nossa paciência se esgotará e teremos que agir com força para impor a paz na fronteira norte", disse Gallant, na rede social X (antigo Twitter).
Isto será feito "para mudar a situação de segurança e a segurança dos cidadãos de Israel", acrescentou o ministro, que alertou que uma campanha militar "seria complexa para Israel, mas devastadora para o Hezbollah e o Líbano".
Aviões de guerra israelitas realizaram hoje ataques contra um "centro de comando do Hezbollah e um posto de observação", segundo um comunicado militar, na cidade de Khiam (sul do Líbano).
Pouco antes, um projétil lançado do Líbano atingiu as proximidades de Arab al Aramshe, uma comunidade localizada a algumas centenas de metros da fronteira, onde, segundo o Exército israelita, "não houve relatos de feridos".
O risco de um confronto aberto entre Israel e o movimento xiita Hezbollah é cada vez mais elevado após 115 dias de fogo cruzado na fronteira, que vive o seu maior pico de tensão desde a guerra de 2006, e em que já morreram mais de 230 pessoas, a maioria nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 176 vítimas, algumas na Síria.
Do lado israelita, 18 pessoas morreram na fronteira norte, incluindo 12 soldados e seis civis, enquanto no Líbano morreram cerca de 20 membros de milícias palestinianas, um soldado e 23 civis (incluindo três crianças e três jornalistas).
A tensão na região foi motivada pelo mais recente conflito entre Israel e o Hamas após o ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos da América, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, já foram mortas mais de 26.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes.
O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
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