No relatório "Travar o declínio da liberdade de imprensa na Grécia", estas ONG internacionais salientaram que a "tendência decrescente" da liberdade de imprensa no país, entre 2020 e 2023, coincide com a chegada ao poder do conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, em 2019.
Embora a liberdade de imprensa também tenha enfrentado sérios desafios sob o governo Syriza (2015-2019), de esquerda, "o clima deteriorou-se ainda mais sob o atual governo", apontaram.
O relatório foi preparado pela ARTIGO 19 Europa, o Comité para a Proteção dos Jornalistas, o Centro Europeu para a Liberdade de Imprensa e dos Meios de Comunicação Social, a Federação Europeia de Jornalistas, a Imprensa Gratuita Ilimitada, o Instituto Internacional de Imprensa, o Osservatorio Balcani e Caucaso Transeuropa e Repórteres Sem Fronteiras.
Estas ONG referem-se ao escândalo das escutas telefónicas de políticos, jornalistas e altos funcionários do Exército pelos serviços secretos, sob o controlo direto de Mitsotakis.
Embora o escândalo tenha eclodido há dois anos, foi em 2023 que a Autoridade de Privacidade das Comunicações confirmou a espionagem, pela qual ninguém ainda foi acusado.
As "reivindicações legais vexatórias" por parte de "indivíduos ricos e poderosos" contra jornalistas e meios de comunicação também aumentaram nos últimos anos, destacaram as ONG no relatório.
O texto aponta ainda que a maior parte dos meios de comunicação social está nas mãos de alguns empresários, muitos dos quais têm ligações ao partido do governo.
Em 2023, o relatório anual dos Repórteres Sem Fronteiras colocou a Grécia no 107.º lugar entre 180 países na sua classificação de liberdade de imprensa, a última na União Europeia e abaixo de nações como o Qatar ou o Haiti.
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