O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUD) afirmou que entre os três palestinianos mortos nesta operação está um jovem de 18 anos com paralisia parcial devido a ferimentos sofridos num ataque aéreo em Jenin, no norte da Cisjordânia, que estava deitado numa das camas do hospital quando foi baleado na cabeça.
O exército israelita justificou que os palestinianos mortos estavam a planear ataques terroristas em Israel para breve.
No seu relatório diário sobre o conflito, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) reiterou as dificuldades de envio de ajuda para a Faixa de Gaza, especialmente para a metade norte do enclave, onde as autoridades israelitas negaram o acesso a 29 das 51 missões planeadas para janeiro.
"A maioria das missões permitidas estavam relacionadas com a distribuição de alimentos, mas as que visavam apoiar hospitais ou unidades de saúde foram, na sua maioria, negadas", lamentou o OCHA.
O OCHA referiu que desde 01 de dezembro, após o final de uma semana de cessar-fogo, as autoridades israelitas emitiram ordens de retirada da população que afetaram 158 quilómetros quadrados de Gaza, 41% da área do enclave.
Antes do início das hostilidades, 1,38 milhões de palestinianos viviam naquela área e, como resultado do conflito, existiam 161 abrigos com mais de 700 mil pessoas deslocadas internamente.
O relatório destacou que as hostilidades nas últimas 24 horas concentraram-se especialmente na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, onde ocorrem combates nas proximidades dos hospitais Al-Nasser e Al-Amal.
Neste último, de acordo com o Crescente Vermelho Palestiniano, um deslocado interno que se refugiava no Al-Amal morreu e nove ficaram feridos por estilhaços durante os combates e tanto aquele hospital como os escritórios circundantes da organização humanitária foram invadidos pelos militares israelitas que forçaram a evacuação dos edifícios.
Outro facto que o relatório referiu foi a detenção de um grande número de homens palestinianos num dos postos de controlo de segurança em Khan Yunis, alguns destes posteriormente despidos, vendados e levados para locais não declarados.
O relatório recordou que há poucas horas as diferentes agências das Nações Unidas assinaram uma declaração conjunta na qual pediam aos Estados da ONU que não interrompessem o financiamento da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).
Com as suspensões da ajuda recentemente decididas por alguns dos principais doadores, na sequência da denúncia da possível colaboração de uma dezena de funcionários da UNRWA com o Hamas, "pode haver consequências catastróficas para a população de Gaza", alertou o comunicado conjunto das agências da ONU.
Leia Também: Forças Armadas israelitas reclamam a morte de 25 "terroristas" em Gaza