Ator russo julgado à revelia por combater ao lado de ucranianos
O ator russo Kiril Kanakhin será julgado à revelia em Moscovo por participar no Corpo de Voluntários Russos, milícia da oposição ao regime de Vladimir Putin que combate contra forças russas na Ucrânia, noticia hoje o diário Kommersant.
© ANATOLII STEPANOV/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Kanakhin, adianta a mesma fonte, será julgado no 2º Tribunal Militar do Distrito Ocidental de Moscovo, acusado de alta traição e terrorismo, por integrar uma organização considerada terrorista, que lutou contra as tropas russas na região de Kherson, na Ucrânia.
Segundo os investigadores, Kirill Kanakhin juntou-se em agosto de 2022 ao Corpo de Voluntários Russos, onde recebeu fardamento militar, equipamento tático, insígnias, armas de fogo, explosivos e munições.
Depois de ter frequentado formação específica, participou com tropas ucranianas em operações contra o exército russo, em Kherson, e em ataques em solo russo, na região de Briansk em março de 2023 e na região de Belgorod em maio do mesmo ano, segundo as autoridades judiciais militares.
O governador de Briansk, Alexandre Bogomaz, afirma que os "sabotadores" fizeram vítimas civis nos dois ataques.
Pela acusação de traição (artigo 275 do Código Penal), participação em ações terroristas e numa organização terrorista, o ator arrisca uma pena de prisão perpétua, segundo juristas consultados pelo jornal russo.
O julgamento será à porta fechada, mas os jornalistas poderão seguir as audiências através de dispositivos disponibilizados pelo tribunal.
Kanakhin nasceu em Moscovo, a 9 de abril de 1982, e formou-se na Escola Superior de Teatro Chepkin, com o célebre ator Iuri Solomin, em 2003.
Participou em diversas companhias e peças teatrais e também em anúncios publicitários.
No cinema, entrou em séries com atores hoje famosos, como Danila Kozlovski, Maria Gorban, Tatiana Arntgolts, Anatoli Rudenko e Viacheslav Manucharov, entre outros.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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