A informação foi confirmada pelo comandante da Força Aérea Ucraniana, tenente-general Mikola Oleschuk, no Telegram, onde partilhou um vídeo em que se observa uma coluna de fumo proveniente da base aérea de Belbek.
Nesta publicação, Oleschuk destacou que o aeródromo de Belbek é a base habitual da 204.ª Brigada de Aviação Tática de Sebastopol, que, no entanto, não pode utilizar as instalações porque está sob domínio russo.
"Os aviadores ucranianos regressarão definitivamente ao seu campo de aviação de origem", sublinhou o tenente-general Oleschuk, que enviou uma mensagem de gratidão a todos os soldados que colaboram na "limpeza da Crimeia da presença russa".
Por sua vez, o Ministério da Defesa russo informou que restos de mísseis ucranianos foram detetados perto da cidade de Liubimovka, a apenas três quilómetros de onde está localizada a base aérea de Belbek.
O Ministério da Defesa russo reivindicou hoje ter abatido 20 mísseis ucranianos lançados do ar sobre o Mar Negro e a península anexada da Crimeia.
"Por volta das 17h00, horário de Moscovo [14h00 em Lisboa], uma tentativa do regime de Kyiv de realizar um ataque terrorista com o uso de 20 mísseis guiados lançados do ar contra alvos em território russo foi abortada", disse o Ministério no Telegram.
Segundo Moscovo, "os sistemas de defesa aérea abateram 17 mísseis ucranianos sobre o Mar Negro e outros três sobre a península da Crimeia", ilegalmente anexada desde 2014, e base da frota da Marinha russa na região.
"Restos de mísseis ucranianos caíram sobre uma unidade militar perto da cidade de Lyubimovka, na República da Crimeia. As aeronaves [localizadas na base] não foram danificadas", acrescentou o Ministério da Defesa.
Pouco antes, o governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, informou no Telegram que os militares russos "repeliram um ataque maciço" contra a cidade.
Fragmentos dos mísseis abatidos caíram em áreas residenciais, causando danos numa dezena de edifícios, mas sem causar qualquer perda humana.
Razvozhayev apelou à população para não se aproximar dos restos dos mísseis e comunicar a sua descoberta aos serviços de emergência.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia.
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