Governo de transição do Níger suspende Casa da Imprensa
O governo de transição do Níger, formado por uma junta militar, suspendeu a associação Casa da Imprensa, que durante o golpe de Estado de julho apoiou o Presidente deposto, informou hoje a agência de notícias ANP.
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Mundo Níger
O Ministério do Interior do Níger aceitou, na quarta-feira, suspender a associação "até nova ordem", segundo a ANP.
Para gerir a associação foi criado uma comissão composta pelo secretário-geral do ministério como presidente e o secretário-geral do ministério da comunicação como relator.
A ANP referiu que a Casa da Imprensa detém todas as estruturas do setor da imprensa nacional.
A presidência cessante da associação tinha convocado por duas vezes uma assembleia para eleger os novos membros, mas o Ministério do Interior suspendeu ambas as reuniões.
A Casa da Imprensa convocou, a 26 de julho de 2023, dia do golpe de Estado que levou os militares ao poder, uma manifestação a favor da reintegração do Presidente deposto, Mohamed Bazoum, em frente ao Palácio Presidencial, onde se encontrava detido pelos militares.
A manifestação foi interrompida pelas autoridades. E Bazoum está desde então detido na residência presidencial em Niamey, a capital.
Os golpes de Estado no Mali (24 de maio de 2021), Níger (26 de julho de 2023) e Burkina Faso (06 de agosto de 2023) derrubaram governos eleitos democraticamente e conduziram ao poder juntas militares que acusaram as forças ocidentais, em particular a antiga potência colonial (França), de ingerência.
Em setembro, os três países, que tinham formado a Aliança dos Estados do Sahel (AES), acordaram reforçar a cooperação e negociaram acordos de auxílio militar, em caso de intervenção externa.
Os três países alegam também estar sob ataque de grupos extremistas islâmicos e criticaram os governos anteriores de terem falhado nessa matéria.
As tropas francesas foram expulsas e há o registo de elementos do grupo de mercenários russo Wagner no terreno.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem criticado os governos dos três países e vários governantes admitiram a possibilidade de ações militares no terreno para repor a ordem democrática.
Devido às críticas e às sanções impostas, os três países anunciaram a saída da organização sub-regional.
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