A Casa Branca anunciou, oficialmente, que o presidente dos EUA, Joe Biden, "assinou uma nova ordem executiva para implementar novas medidas para abordar ações que comprometem a paz, a segurança e a estabilidade na Cisjordânia".
Em comunicado publicado no website da Casa Branca, lê-se que esta ordem "permitirá que os Estados Unidos emitam sanções financeiras contra aqueles que dirigem ou participam em determinadas ações, incluindo atos ou ameaças de violência contra civis, intimidando civis para os fazer abandonar as suas casas, destruindo ou apreendendo propriedades, ou participando em atividades terroristas na Cisjordânia".
"O Departamento de Estado também anunciará hoje [quinta-feira] um conjunto inicial de designações sob esta nova ordem executiva. As ações de hoje procuram promover a paz e a segurança tanto para israelitas como para palestinianos", escreve-se ainda na nota oficial do governo norte-americano.
Nela, explica-se que "o presidente Biden deixou claro que os Estados Unidos apoiam fortemente o direito de Israel de se defender após os horríveis ataques terroristas que ocorreram a 7 de Outubro e no seu esforço para derrotar o Hamas para garantir que tal ataque nunca mais aconteça", o que "inclui tomar medidas para impedir o acesso do Hamas ao sistema financeiro internacional".
"Desde 7 de Outubro, os Estados Unidos emitiram cinco rondas de sanções contra o Hamas, incluindo a mais recente ronda de sanções contra o Hamas na semana passada. O presidente Biden também falou sobre a sua preocupação com o aumento da violência que temos visto na Cisjordânia por parte de atores extremistas – em particular o aumento da violência extremista dos colonos, que atingiu níveis recordes em 2023", continua o executivo dos EUA.
"Esta violência", disse, "representa uma grave ameaça à paz, à segurança e à estabilidade na Cisjordânia, em Israel e na região do Médio Oriente, e ameaça a segurança nacional e os interesses da política externa dos Estados Unidos".
Segundo a Al Jazeera, na sequência da emissão desta ordem, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou quatro colonos israelitas. São eles David Chai Chasdai, Yinon Levi, Einan Tanjil and Shalom Zicherman, diz a agência de notícias.
Em resposta, Israel rejeitou "medidas excecionais" contra os colonos israelitas na Cisjordânia ocupada, onde a violência aumentou à margem da guerra em Gaza.
"A maioria absoluta dos colonos da Judeia e Samaria (Cisjordânia) são cidadãos respeitadores da lei, muitos dos quais atualmente lutam pela defesa de Israel. Israel está a agir contra todos aqueles que violam a lei em todos os lugares", afirmou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro.
Os ataques dos colonos israelitas intensificaram-se desde o início da guerra e alguns palestinianos foram mortos, segundo as autoridades palestinianas.
Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que os colonos incendiaram carros e atacaram várias pequenas comunidades beduínas, obrigando à retirada das populações para outras zonas.
A ordem planeada de Biden foi noticiada pela primeira vez pelo Politico.
[Notícia atualizada às 19h09]
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