EUA sugerem iminência de resposta contra milícias pró-iranianas
O secretário da Defesa norte-americano defendeu hoje ser altura de desativar "ainda mais" as milícias apoiadas pelo Irão que atacaram forças e navios dos Estados Unidos no Médio Oriente, sugerindo que estão a preparar-se para "operações de grande envergadura".
© Lusa
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Lloyd Austin acrescentou que os Estados Unidos se preparam para tomar medidas significativas sobretudo em resposta à morte de três militares norte-americanos na Jordânia num ataque de uma milícia pró iraniana. Há vários dias que os Estados Unidos têm dado a entender que os ataques estão iminentes.
Embora a ameaça de retaliação pelas mortes de domingo tenha levado alguns grupos militantes a dizer que estavam a cessar as hostilidades, hoje os rebeldes iemenitas Huthis continuaram a atacar embarcações e dispararam um míssil balístico contra um navio porta-contentores de bandeira liberiana no Mar Vermelho.
"Agora, chegou o momento de retirar ainda mais capacidade à que retirámos no passado" às milícias, disse Austin na primeira conferência de imprensa desde que foi hospitalizado a 01 de janeiro devido a complicações do tratamento do cancro da próstata.
Os anteriores ataques dos Estados Unidos, apoiados pelo Reino Unido, não impediram que os Huthis continuassem a lançar mísseis e 'drones' (aeronaves não tripuladas) contra navios no Mar Vermelho.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 07 de outubro, grupos de milicianos apoiados pelo Irão atingiram bases norte-americanas no Iraque e na Síria pelo menos 166 vezes com foguetes, mísseis e 'drones' de ataque unidirecional, atraindo cerca de meia dúzia de contra-ataques norte-americanos a instalações das milícias nos dois países.
O exército norte-americano também realizou ataques aéreos contra os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão no Iémen.
Os Estados Unidos atribuíram o ataque à Torre 22 na Jordânia à Resistência Islâmica no Iraque, um grupo de milícias apoiadas pelo Irão que inclui o grupo militante Kataib Hezbollah. Embora o Irão tenha negado qualquer envolvimento, Austin disse hoje desconhecer até que ponto Teerão sabia do ataque.
"Mas isso não tem importância porque o Irão patrocina estes grupos", resumiu, salientando que, "sem esse apoio", os ataques não são possíveis.
Austin disse que o Pentágono ainda está a analisar os dados forenses do 'drone' que atingiu a Torre 22, uma base secreta no nordeste da Jordânia que tem sido crucial para a presença norte-americana na vizinha Síria.
"Não creio que os adversários tenham uma mentalidade de 'um e pronto'. Por isso, têm muita capacidade. Mas os Estados Unidos têm muito mais. Vamos fazer o que for necessário para proteger as nossas tropas", avisou Austin.
No mar Vermelho, os Huthis dispararam contra navios comerciais e militares quase 40 vezes desde novembro. No último ataque, dispararam um míssil balístico contra um navio porta-contentores de bandeira liberiana na quinta-feira, disseram autoridades de defesa dos Estados Unidos.
O ataque ocorreu a oeste de Hodeida, cidade portuária no Iémen detida pelos rebeldes, mas não provocou nem mortos nem feridos, referiu o Centro de Operações Comerciais Marítimas do Reino Unido.
Fonte oficial norte-americana, que solicitou anonimato à agência noticiosa Associated Press (AP), confirmou as indicações avançadas pelo centro de operações britânico e identificou o porta-contentores como "Koi".
Por outro lado, a empresa de segurança privada Ambrey informou na noite de quarta-feira que um navio foi alvo de um míssil a sudoeste de Aden, no Iémen, perto do Estreito de Bab el-Mandeb, entre o mar Vermelho e o Golfo de Aden.
Os Huthis afirmaram que o ataque visava o "Koi", embora as autoridades norte-americanas não tivessem informações sobre qualquer ataque na noite de quarta-feira.
Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.
No entanto, os Huthis têm frequentemente visado navios com ligações ténues ou inexistentes a Israel, pondo em perigo a navegação numa rota fundamental para o comércio global entre a Ásia, o Médio Oriente e a Europa.
No final de quarta-feira, caças norte-americanos FA-18 atingiram e destruíram 10 'drones' (aeronaves não tripuladas) Huthis que estavam preparados para serem lançados, bem como uma estação de controlo terrestre usada pelos rebeldes, disseram fontes militares dos Estados Unidos.
As mesmas fontes adiantaram também terem intercetado um míssil balístico e outros 'drones' que já estavam no ar.
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