"A nossa avaliação atual é que tivemos bons resultados e que os ataques destruíram ou danificaram funcionalmente mais de 80 alvos nas sete instalações. O número de vítimas ainda está a ser avaliado", referiu o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder.
Os norte-americanos bombardearam na sexta-feira 85 alvos na Síria e no Iraque, em sete instalações ligadas à Guarda Revolucionária Islâmica do Irão e às milícias pró-Irão que operam nesses dois países, em resposta à morte de três soldados norte-americanos na Jordânia, a 28 de janeiro.
De acordo com o governo iraquiano e com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, organização não-governamental com sede em Londres, estes ataques na Síria e no Iraque fizeram 45 mortos, alguns deles civis.
Desde o bombardeamento norte-americano, segundo o porta-voz do Pentágono, as forças norte-americanas sofreram dois ataques naquela zona: um no sábado, com o disparo de dois mísseis, sem causar vítimas nem danos materiais, e outro no domingo com um 'drone', também sem danos.
"Comunicámos repetidamente aos iraquianos e a outros que nos reservamos o direito de defender o nosso pessoal de ataques de militantes apoiados pelo Irão no Iraque, que foi o que fizemos na sexta-feira", sublinhou Ryder.
Quer o Presidente norte-americano Joe Biden, como o secretário da Defesa, Lloyd Austin, deixaram claro na sexta-feira que a resposta dos EUA ao ataque não terminou naquele dia, mas continuaria nos "momentos e locais" que considerassem apropriados.
"Se as nossas forças forem ameaçadas ou atacadas, tomaremos as medidas apropriadas", reiterou o porta-voz do Pentágono, um dia depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Fuad Hussein, ter sublinhado que o Iraque "não é um lugar para acertar contas".
Washington não notificou o Governo iraquiano com antecedência sobre os ataques contra alvos pró-iranianos no Iraque, de acordo com o Departamento de Estado, que esclareceu hoje declarações da Casa Branca que sugerem o contrário.
O vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, sublinhou, em declarações aos jornalistas, que "o Governo iraquiano, como todos os países da região, entendeu que haveria uma resposta após a morte dos soldados americanos".
Quer o Iraque, quer a Síria condenaram estes ataques, com Bagdade a denunciar "uma violação da soberania iraquiana" e a submeter uma "carta de protesto" ao responsável norte-americano pela diplomacia na capital iraquiana.
Cerca de 900 soldados norte-americanos estão destacados na Síria e 2.500 no Iraque, como parte de uma coligação internacional criada para combater o Estado Islâmico, quando este controlava áreas inteiras do território sírio e iraquiano.
A derrota do grupo fundamentalista e terrorista foi declarada no Iraque em 2017 e na Síria em 2019, mas a coligação permaneceu no país para lutar contra as células terroristas que continuam a realizar ataques.
Desde meados de outubro, mais de 165 ataques com 'drones' e foguetes tiveram como alvo as forças norte-americanas destacadas no Iraque e na Síria, com as primeiras mortes a registarem-se no ataque perpetrado a 28 de janeiro na Jordânia.
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