Ocupante da presidência desde a morte do seu pai, em 2003, Aliyev parte como favorito na corrida eleitoral, que decidiu antecipar inesperadamente em dezembro.
"As primeiras eleições em territórios libertados e em todas as partes do nosso país devem decorrer as presidenciais", afirmou o dirigente, de 62 anos, sobre as eleições, que também vão decorrer em Jankendi, capital da região do Nagorno Karabaj (Stepanakert para os arménios) e em cidades recém-reconstruídas como Fizuli.
À vitória na guerra de 2020, Aliyev somou o sucesso na operação antiterrorista de setembro do ano passado que, em apenas 24 horas, determinou a rendição das autoridades na não reconhecida república de Nagorno-Karabakh.
O presidente reavivou o orgulho dos azeris depois da derrota sofrida frente à Arménia depois da queda da URSS em 1991.
O líder quer agora o início de uma "nova era", tendo como prioridade uma estratégia de desenvolvimento, para a qual abriu um debate público sobre ideias nacionais para modernizar o país e melhorar a vida dos mais de 10 milhões de habitantes.
Na corrida presidencial estão outros seis candidatos, que não devem fazer sombra ao chefe de Estado e que, segundo a comissão eleitoral local são: Zahid Oruj, Fazil Mustafá, Elshad Musaev, Gudrat Hasanguliyev, Razi Nurulayev e Fuad Aliyev.
A oposição extraparlamentar, que tem condenado as continuadas detenções de jornalistas e ativistas políticos, assim como o controlo quase absoluto dos meios de comunicação, anunciou o boicote às eleições
"No Azerbaijão não há condições para a livre expressão da vontade popular. Todos os direitos fundamentais dos cidadãos são esmagados de forma flagrante", disse à EFE Ali Kerimli, líder do partido Frente Popular do Azerbaijão.
Também o líder do partido Musavat, Arif Gadzhili, criticou a antecipação em 14 meses a ida às urnas que "se converteu praticamente num teatro" e sem permitir à oposição que se preparasse.
Em 2013, concorreu a última pessoa que fez oposição real a Aliyev: o historiador Jamil Hasanli, que alcançou cerca de 5,5 % dos votos.
A campanha eleitoral ficou marcada por tensões com o Ocidente e o retrocesso na defesa dos direitos humanos designadamente o que apelidado "êxodo forçado" dos mais de 100.000 habitantes arménios do Karabaj.
Bakú tem negado as acusações e insiste que o próprio presidente tem deu garantias de segurança e manifestou-se disponível a respeitar os direitos de quem quisesse ficar, enquanto as tropas agiam nas fronteiras internacionalmente reconhecidas para desarmar o exército local.
Aliyev tem sublinhado que as relações entre os dois países devem permanecer assim e não ser um assunto geopolítico e ameaçado rever a participação no Conselho da Europa e no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Do Azerbaijão foram expulsos diplomatas franceses por suspeitas de espionagem depois de Paris aceitar fornecer armamento à Arménia.
Kerimli criticou a falta de convite a observadores da assembleia parlamentar do Conselho da Europa para as eleições. Presentes estarão observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Para o diretor da agência de noticias Turan, Mejman Aliyev, as ações do presidente convém ao Ocidente, já que têm sido reforçados os "laços económicos com a Europa ao apoiar projetos energéticos e de transporte da União Europeia".
O pai de Aliyev, Heydar Aliyev, um antigo agente do KGB e líder da era comunista, esteve no poder entre 1993 e 2003.
Em 2009, foram feitas alterações para levantar quaisquer restrições a mandatos presidenciais e em 2016 a duração de cada mandatado passou de cinco para sete anos.
Como primeira vice-presidente do país está a mulher do presidente, Mehriban Aliyeva.
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