"Condenamos e deploramos veementemente o anúncio feito pelo Presidente da Argentina da sua intenção de transferir a embaixada do seu país na entidade nazi-sionista [Israel] para Jerusalém", afirmou o Hamas em comunicado.
O grupo islamita acrescentou que tal mudança seria "uma violação dos direitos do povo palestiniano à sua terra, e uma violação das normas do direito internacional", e instou Javier Milei a reverter "uma decisão injusta e errada que coloca a Argentina como parceira do ocupante sionista".
O chefe de Estado argentino confirmou a sua intenção de transferir a embaixada para a Jerusalém, também conhecida como Cidade Santa - algo que já tinha anunciado anteriormente -- ao chegar, hoje de manhã, na sua primeira visita oficial ao estrangeiro desde que foi eleito.
Durante a sua estadia, encontrar-se-á com as mais altas autoridades do Estado judaico, nomeadamente com o Presidente, Isaac Herzog, ainda hoje e, na quarta-feira, com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
À sua chegada hoje ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Telavive, Milei confirmou também a sua intenção de declarar o Hamas um grupo terrorista.
Quando, em 1980, Israel anexou unilateralmente a metade oriental da Cidade Santa - ocupada desde 1967 -, a comunidade internacional transferiu as suas embaixadas para Telavive em protesto.
No entanto, desde que o antigo presidente dos Estados Unidos Donald Trump reabriu a embaixada em Jerusalém em 2018, outros países, como a Guatemala, as Honduras e o Kosovo, seguiram os seus passos, enquanto Estados como a Hungria e a Argentina manifestaram intenção de o fazer.
Milei é um fervoroso apoiante de Israel e, embora não seja judeu, aproximou-se do judaísmo nos últimos anos e deverá nomear o rabino Axel Wahnish - que o acompanha na atual visita -- como seu futuro embaixador.
Por seu lado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou este anúncio, observando que o chefe de Estado argentino "cumpriu as suas promessas" nesta área.
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