Ramaphosa destaca redistribuição revolucionária na África do Sul
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje, no parlamento, que está em curso uma redistribuição revolucionária na agricultura, indústria e no empresariado que opera na África do Sul.
© Lusa
Mundo África do Sul
"À medida que crescemos a economia, estamos a torná-la mais inclusiva", vincou o líder sul-africano no discurso sobre o Estado da Nação, que este ano assinalou três décadas de democracia desde o fim do anterior regime de 'apartheid' em 1994.
O Presidente Ramaphosa, que é também presidente do partido Congresso Nacional Africano (ANC), antigo movimento de libertação nacionalista marxista-leninista, afirmou que, "através da redistribuição, cerca de 25 por cento das terras agrícolas no país pertencem agora a sul-africanos negros", aproximando-se de alcançar a "meta de 30 por cento até 2030".
Todavia, o chefe de Estado sul-africano - antigo líder sindical durante a transição política negociada nos anos 1990, e atualmente multimilionário ao serviço do partido no poder -, não revelou o montante do erário público aplicado na transferência de terras de propriedade do Estado, e na aquisição de propriedades privadas, no âmbito do programa governamental de redistribuição de terras de agricultores brancos para proprietários negros.
No seu discurso, Ramaphosa referiu que, desde 2020, o Governo de coligação do ANC, que integra o Partido Comunista da África do Sul (SACP) e a maior confederação sindical do país, COSATU, financiou cerca de 1.000 industriais negros.
"Estas empresas pertencentes a negros empregam mais de 90.000 trabalhadores e contribuem com muitos milhares de milhões de rands para a nossa economia", adiantou.
Em simultâneo, indicou Ramaphosa, cerca de 200.000 trabalhadores obtiveram ações nas empresas onde trabalham, elevando a propriedade total de trabalhadores em empresas na África do Sul "para bem mais de meio milhão de trabalhadores".
"Vemos que esta tendência continua a crescer à medida que cada vez mais empresas percebem que é benéfico para as suas operações que os seus trabalhadores tenham uma participação nas empresas para as quais trabalham", frisou o líder sul-africano, sem se referir diretamente à política obrigatória de empoderamento negro através de transferência direta de capital acionista.
"Esta é a revolução: integrar mais negros na economia do país", declarou o Presidente da África do Sul no seu discurso sobre o Estado da Nação.
"Estamos a investir na nossa gente e a investir no seu futuro também", rematou.
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