O chefe do Serviço de Informações do Ministério da Defesa, Andrei Yusov, afirmou que a entrevista "não passa de uma operação especial" da Rússia para tentar "influenciar" o "mundo livre".
"Aqui está um louco a falar de geopolítica e de disparates. Direito internacional, história e decidir que nação deve existir e qual não deve. Tudo isto é, obviamente, uma ilusão", disse, na televisão ucraniana.
Yusov considerou que uma entrevista deste género demonstra o grande interesse do Kremlin em tentar persuadir o "mundo livre".
"Toda esta operação foi uma tentativa de transmitir a voz de Putin a um Ocidente que ele tanto odeia", afirmou.
"É claro que falhou a nível global, porque depois desta entrevista já vimos todas as avaliações dos principais especialistas, cientistas políticos e políticos", disse Yusov.
A Comissão Europeia já disse hoje não ter encontrado "nada de novo" na entrevista e lamentou que o Presidente da Rússia tenha repetido "mentira e distorções".
"Não encontrámos nada de novo naquela entrevista, repetiu mentiras antigas, distorções, manipulações e mostrou uma grande hostilidade para com o Ocidente, que não é novo. Lamentamos que Putin tenha tido acesso a uma plataforma para manipular e espalhar propaganda. Putin reforçou as suas já conhecidas mentiras sobre a Ucrânia, mentiras perigosas, como a desnazificação da Ucrânia para justificar a guerra de agressão injustificada e sem provocações", disse a porta-voz da Comissão Nabila Massrali.
Na entrevista, o Presidente russo afastou a possibilidade de invadir a Polónia ou a Letónia, afirmando que a Federação Russa "não tem interesses" nesses Estados.
Sobre a Ucrânia, Putin afastou totalmente a possibilidade de derrota russa no Estado vizinho que invadiu, considerando-a "impossível, por definição".
Por outro lado, sobre os EUA, afastou a ideia de que a relação bilateral dependa de uma mudança na Presidência norte-americana, contrapondo que tem mais a ver com "a ideia de dominação" que os EUA têm do mundo.
Tucker Carlson é um polémico ex-apresentador da Fox News, conservador e próximo do ex-presidente Donald Trump, a quem apoia nas próximas eleições presidenciais norte-americanas. A entrevista foi transmitida no espaço próprio que Carlson tem agora na internet.
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