Borrell alerta para "catástrofe humanitária indescritível" em Rafah
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, alertou hoje para uma possível ofensiva do exército israelita em Rafah, no sul de Gaza, considerando que isso representaria "uma catástrofe humanitária indescritível".
© Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Repito o aviso de vários Estados-membros da União Europeia de que uma ofensiva israelita em Rafah levaria a uma catástrofe humanitária indescritível e a graves tensões com o Egito", disse Josep Borrell numa publicação na sua conta na rede social X (ex-Twitter).
"Retomar as negociações para libertar os reféns e suspender as hostilidades é a única forma de evitar um massacre", acrescentou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros.
A comunidade internacional está preocupada depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter ordenado ao exército que "preparasse" uma ofensiva contra Rafah, o último refúgio para os deslocados pela guerra na Faixa de Gaza.
I echo the warning by several EU member states that an Israeli offensive on Rafah would lead to an unspeakable humanitarian catastrophe and grave tensions with Egypt.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) February 10, 2024
Resuming negotiations to free hostages and suspend hostilities is the only way to avert a bloodshed.
Em Washington, as autoridades norte-americanas afirmaram não ter visto preparativos que sugerissem uma "grande ofensiva" ou "iminente", ao mesmo tempo que alertavam para um "desastre", temendo um cenário semelhante ao que se desenrolou no norte.
O Hamas alertou hoje que uma ofensiva em Rafah poderia causar "dezenas de milhares de mortos e feridos".
A guerra foi desencadeada em 07 de outubro, quando comandos do Hamas, infiltrados a partir da Faixa de Gaza, realizaram um ataque no sul de Israel que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram sequestradas naquele dia e levadas à força para Gaza. Segundo Israel, 132 reféns ainda estão detidos, dos quais 29 terão morrido.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva que deixou mais de 27.940 mortos no território palestiniano, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o último relatório do Ministério da Saúde do Hamas.
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