"Anunciamos a morte de três dos oito detidos sionistas que ontem (domingo) referirmos terem ficado gravemente feridos nos bárbaros ataques sionistas na Faixa de Gaza", indicou o ramo militar do movimento islamita Hamas em mensagem no Telegram.
O comunicado indicia que não foram fornecidas as identidades dos mortos "até que se saiba a evolução dos restantes feridos".
Na noite de domingo, as brigadas Ezzedin Al-Qasam informaram sobre a morte de dois dos reféns e de mais oito feridos
"Os contínuos bombardeamentos sionistas na Faixa [de Gaza] durante as últimas 96 horas provocaram a morte de dois prisioneiros e ferimentos graves em outros oito. O inimigo é plenamente responsável pelas vidas destes prisioneiros e pelos contínuos bombardeamentos e agressões", advertiu o grupo.
O comunicado precisa que a situação dos feridos era "cada vez mais crítica devido à incapacidade de lhes proporcionar tratamento adequado".
A formação armada também reivindicou a morte de dez soldados israelitas na cidade de Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza.
Segundo os últimos dados fornecidos por Israel, cerca de 130 reféns permanecem na Faixa de Gaza, admitindo-se que 28 estejam mortos.
Na madrugada de hoje, Israel resgatou com vida dois reféns que estavam retidos num edifício do centro de Rafah, extremo sul da Faixa de Gaza, onde se encontram cerca de 1,5 milhões de deslocados flagelados por intensos bombardeamentos que estão a provocar dezenas de mortos civis.
OS reféns são Fernando Simón Marman, 61 anos, de dupla nacionalidade argentina e israelita, e Norberto Luís Har, 70 anos, seu cunhado. Ambos haviam sido sequestrados com outros familiares do 'kibbutz' Nir Yitzhak, perto do enclave, em 07 de outubro.
Este foi o segundo resgate de reféns com sucesso promovido pelas forças israelitas, após terem recuperado com vida a militar Ori Megidish em finais de outubro, quando se iniciou a operação terrestre na Faixa de Gaza.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.139 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 134 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 29.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 67.000, também maioritariamente civis.
As agências da ONU indicam ainda que 156 funcionários foram mortos em Gaza desde 07 de outubro.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 392 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 6.650 detenções e mais de 3.000 feridos.
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