O parlamento australiano aprovou, esta quinta-feira, uma moção que apela à libertação de Julian Assange, o fundador do WikiLeaks que está detido no Reino Unido e em risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta uma pena de 175 anos de prisão.
A moção foi aprovada com 86 votos a favor e 42 contra, segundo a Sky News, e Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália, de onde Assange é natural, disse esperar que o caso seja "resolvido de forma amigável".
"Não cabe à Austrália interferir nos processos legais de outros países, mas é apropriado que apresentemos a nossa opinião muito forte de que esses países precisam de ter em conta a necessidade de concluir este processo", defendeu o governante, que votou a favor da moção.
O apelo do parlamento australiano surge dias antes de dois juízes britânicos reverem a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de Londres, tomada por um único juiz a 6 de junho, de recusar ao fundador do portal WikiLeaks a possibilidade de recorrer da sua extradição.
O 'hacker' encontra-se detido numa prisão de alta segurança em Londres e está a recorrer contra uma decisão de extradição para os Estados Unidos da América (EUA), onde é acusado de 18 crimes de espionagem e invasão de computadores e enfrenta uma pena de 175 anos de prisão. Em causa está a revelação de abusos dos EUA na sua base militar em Guantánamo, Cuba, e nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Assange, de 52 anos, foi preso em 2010 por alegados crimes sexuais e passou mais de uma década no Reino Unido. Entre 2012 e 2019 esteve exilado na embaixada do Equador em Londres.
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