De acordo com as informações da MSF, nos últimos dias, pelo menos cinco pessoas foram mortas e dez ficaram feridas depois de terem sido efetuados disparos tiros contra o hospital.
A organização refere que na passada terça-feira, uma escavadora militar israelita destruiu o portão norte do hospital.
Na altura, o pessoal médico e os doentes foram informados de que podiam permanecer no hospital, com um limite de um vigilante por doente.
"A equipa dos MSF ainda se encontra no edifício e continua a tratar os doentes em condições quase impossíveis", indica a organização em comunicado.
O documento frisa que após semanas de combates intensos perto do hospital Nasser, a equipa médica, os pacientes e as pessoas deslocadas viram-se encurralados no interior do complexo com "muito pouco acesso" a bens essenciais.
Muitas pessoas que foram feridas pelos intensos bombardeamentos em Khan Yunis não conseguiram chegar ao hospital para receber cuidados de emergência.
"As pessoas foram forçadas a uma situação impossível: ficar no hospital Nasser contra as ordens dos militares de Israel (...) ou sair do complexo para um cenário apocalíptico onde bombardeamentos e ordens de evacuação são parte da vida diária", disse Lisa Macheiner, coordenadora dos MSF em Gaza.
"Os hospitais deveriam ser considerados lugares seguros e nem deveriam ser evacuados", criticou a mesma responsável.
Segundo os MSF, a maioria dos deslocados que se encontravam no hospital Nasser abandonou o local e "milhares de habitantes de Gaza encontram-se mais uma vez" sem abrigo.
No sul do território, as forças de Israel têm efetuado ataques aéreos e anunciaram uma extensa ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul, que alberga atualmente 1,5 milhões de pessoas.
A organização defende que as partes em conflito devem sempre respeitar e permitir o acesso sem obstáculos às instalações médicas e proteger o pessoal médico e os pacientes.
Assim, os MSF reiteram o apelo para um cessar-fogo imediato "que poupe a vida de civis, permita o acesso adequado e vital a alimentos e outros produtos básicos, e restabeleça o sistema de saúde".
Desde o início da guerra em Gaza, em outubro do ano passado, as equipas dos MSF e os doentes foram obrigados a retirar-se de nove instalações de cuidados de saúde.
"O pessoal médico e os doentes foram detidos, maltratados e mortos. A prestação de cuidados de saúde e o aumento da assistência vital estão a ser impossibilitados pela intensidade dos bombardeamentos de Israel, bem como pelos intensos combates", acusa ainda a organização.
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