"Estamos chocados com a notícia de que Alexei Navalny, figura da oposição russa, morreu na prisão. O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas, juntamente com outras entidades, tinha repetidamente manifestado sérias preocupações relativamente às acusações contra Navalny e à sua repetida detenção, que parecia ser arbitrária", afirmou a porta-voz do gabinete, Liz Throssell, numa declaração divulgada hoje à tarde.
Lembrando que "o Estado tem o dever acrescido de proteger a vida das pessoas privadas de liberdade", o gabinete da ONU enfatizou que "se alguém morre sob a custódia do Estado, presume-se que o Estado é responsável, uma responsabilidade que só pode ser refutada através de uma investigação imparcial, exaustiva e transparente, efetuada por um organismo independente".
"Exortamos as autoridades russas a garantir a realização de uma investigação credível", lê-se na reação publicada pelo gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede em Genebra, Suíça.
A porta-voz recordou ainda que, "em agosto passado, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, salientou que a última sentença de 19 anos levantava questões sobre o assédio judicial e a instrumentalização do sistema judicial para fins políticos na Rússia e apelou à libertação de Navalny", um apelo agora reiterado relativamente a todos aqueles que se encontram a cumprir penas de prisão "relacionadas com o exercício legítimo dos seus direitos".
"Apelamos às autoridades russas para que ponham termo à perseguição de políticos, defensores dos direitos humanos e jornalistas, entre outros. Todos aqueles que estão detidos ou foram condenados a várias penas de prisão relacionadas com o exercício legítimo dos seus direitos, incluindo os direitos à liberdade de reunião pacífica e de expressão, devem ser imediatamente libertados e todas as acusações contra eles devem ser retiradas", completou a porta-voz do gabinete de Direitos Humanos da ONU.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos do Presidente Vladimir Putin, morreu hoje na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.
Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
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