O antigo presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi multado em 354,9 milhões de dólares (cerca de 329,4 milhões de euros) por práticas fraudulentas em negócios, decidiu o juiz Arthur Engoron.
Em causa está o caso judicial em que o antigo presidente norte-americano, bem como alguns dos seus principais executivos, incluindo os filhos Donald Trump Jr. e Eric Trump, são acusados de enganar os bancos com demonstrações financeiras que inflacionavam a sua riqueza.
Trump ficou ainda proibido de gerir negócios na cidade de Nova Iorque durante três anos, diz a BBC. Já Donald Trump Jr. e Eric Trump foram banidos durante dois anos.
Após o anúncio da sentença, uma advogada de Donald Trump criticou a "injustiça manifesta" da mesma. Alina Habba denunciou na rede social X uma "perseguição incessante" do seu cliente, e anunciou que o bilionário recorrerá desta decisão.
A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, tinha pedido inicialmente uma multa de 370 milhões de dólares (cerca de 343 milhões de euros), alegando "fraude repetida e persistente", incluindo falsificação de registos comerciais e declarações fiscais. James argumentou que estas declarações eram, por vezes, exageradas em até 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 2 mil milhões de euros), segundo a NBC News.
A pena severa foi uma vitória para a procuradora-geral democrata, que acusou Donald Trump por anos de práticas enganosas enquanto construía a sua multinacional de arranha-céus, campos de golfe e outras propriedades que catapultaram a sua riqueza e fama e lhe deram a Casa Branca.
Trump e o filho também terão de pagar 4 milhões de euros (3,7 milhões de euros) cada, após terem sido considerados culpados de crimes de fraude.
Os advogados do antigo presidente norte-americano já tinham dito, antes mesmo da sentença, que iriam recorrer. Mas o político republicano enfrenta mais casos na justiça norte-americana.
Na quinta-feira, foi decidido por um tribunal de Nova Iorque que o julgamento do ex-Presidente dos Estados Unidos sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz pornográfica para ocultar um caso extramatrimonial vai iniciar-se conforme programado, em 25 de março.
O juiz Juan Manuel Merchan aproveitou um atraso num outro processo judicial - que decorre em Washington, em que Trump é acusado de conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e que ficou suspenso por causa de um recurso da defesa -- para justificar o não adiamento deste julgamento.
A decisão anunciada significa que este caso será o primeiro de quatro processos criminais em que Trump está envolvido a seguir para julgamento, num total de 91 acusações.
[Notícia atualizada às 22h33]
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