Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas da cidade de Budapeste, na Hungria, para protestar contra o indulto concedido ao diretor de um lar de crianças que tentou encobrir casos de pedofilia e que levou à demissão da presidente do país, Katalin Novák.
Além da chefe de Estado, a revelação do indulto levou à demissão da ministra da Justiça, Judit Varga, e do líder da Igreja Protestante da Hungria, o bispo calvinista Zoltan Balog.
O controverso indulto, concedido em abril de 2023, por ocasião da visita do Papa Francisco a Budapeste, foi revelado pela imprensa no início de fevereiro.
Ao longo das últimas semanas, o assunto tem provocado várias críticas no país e desencadeou um protesto público, com nove ‘influencers’ a convocarem uma manifestação na Praça dos Heróis de Budapeste.
"Quantos mais problemas semelhantes existem que não conhecemos e que foram encobertos?", questionou a organização do evento, que juntou dezenas de milhares de pessoas de várias faixas etárias.
"Independentemente dos lados [políticos], acreditamos que é importante que nos manifestemos a favor da proteção das vítimas [de abusos], da transparência, da dignidade humana e de um diálogo público honesto", acrescentaram numa publicação na rede social.
Os motivos pelos quais o diretor do lar foi indultado continuam por esclarecer. Na altura da demissão, a agora ex-presidente húngara reconheceu que "cometeu um erro".
"Peço perdão àqueles que magoei. Hoje dirijo-me a vós pela última vez como Presidente. Demito-me do cargo", defendeu em conferência de imprensa.
Pode ver, na galeria acima, imagens dos protestos.
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