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Membros de antigo governo polaco inquiridos sobre uso de 'spyware'

Investigação avaliará alegações de que o governo liderado pelo Lei e Justiça (PiS) usou o 'spyware' Pegasus para monitorizar os oponentes.

Membros de antigo governo polaco inquiridos sobre uso de 'spyware'
Notícias ao Minuto

22:12 - 19/02/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Polónia

Elementos do antigo governo da Polónia serão inquiridos no âmbito de uma investigação às alegações de que terão recorrido a 'spyware' para monitorizar os seus oponentes.

Segundo a BBC, os membros o antigo executivo liderado pelo partido Lei e Justiça (PiS, na sigla em polaco), que perdeu o poder em outubro do ano passado, é acusado de ter recorrido ao software Pegasus para controlar os telemóveis dos seus adversários.

Entre os políticos que poderão ser questionados está o próprio líder do PiS, Jarosław Kaczyński, bem como a ex-primeira-ministra Beata Szydło, o ex-ministro da Justiça Zbigniew Ziobro e o ex-ministro do Interior Mariusz Kamiński.

"Fomos todos enganados pelo PiS, que inicialmente tentou negar que comprou o sistema Pegasus. Hoje, provavelmente ninguém duvida que o Pegasus foi usado pelos serviços polacos", disse a chefe da comissão de investigação Magdalena Sroka, cujo partido se juntou ao novo governo de coligação.

No ano passado, o Parlamento Europeu acusou Varsóvia, bem como vários outros Estados-membros, de utilizarem o 'spyware' Pegasus contra jornalistas, políticos, advogados e empresários. Uma delegação do Parlamento Europeu ouviu alegações de que o Gabinete Central Anticorrupção polaco pagou 25 milhões de zloty (cerca de 5,8 milhões de euros) para comprar o spyware fabricado em Israel, cinco anos antes.

Varsóvia admitiu a compra, mas afirmou que o software foi utilizado dentro dos parâmetros legais para combater o crime organizado.

Uma vez instalado num telemóvel, o Pegasus pode aceder às mensagens e dados do utilizador, mas também ativar o dispositivo remotamente para capturar som ou imagem.

"Seria mau se os serviços polacos não tivessem este tipo de ferramenta", argumentou, em janeiro de 2022, Jaroslaw Kaczynski, ao semanário Sieci.

Questionado sobre as acusações de que o governo tinha utilizado o programa para espiar a oposição, Kaczynski disse que o mesmo era "utilizado pelos serviços contra a criminalidade e a corrupção em muitos países".

Leia também: Governo polaco admite ter software de espionagem Pegasus

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