Forças navais turcas vão defender as águas da Somália durante dez anos

A Somália aprovou hoje um acordo de cooperação económica e defesa com a Turquia no qual se prevê o envio de forças navais turcas para defender as águas do país africano durante dez anos, anunciou o Governo somali.

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Lusa
21/02/2024 13:47 ‧ 21/02/2024 por Lusa

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Somália

"Hoje, o Governo aprovou o acordo de cooperação económica e de defesa entre o nosso país e o Governo dos nossos irmãos da Turquia", declarou o primeiro-ministro, Hamza Abdi Barre, na rede social X (antigo Twitter), qualificando o pacto de histórico.

O acordo colocará "fim ao medo do terrorismo, dos piratas, da pesca ilegal (...), dos abusos e das ameaças do estrangeiro", afirmou o primeiro-ministro.

O parlamento somali, com 213 votos a favor, aprovou o pacto pelo qual a Turquia receberá 30% das receitas da zona económica marinha do país e se compromete a reconstruir e equipar a marinha somali.

As autoridades somalis salientaram que o acordo representa um passo em frente na salvaguarda da soberania.

"Numa ocasião importante, o Conselho de Ministros aprovou um pacto de parceria no domínio da defesa entre a Somália e a estimada República da Turquia, membro da NATO e aliado próximo", declarou o Ministro da Informação, Cultura e Turismo da Somália, Daud Aweis, nas redes sociais.

"Este pacto histórico de 10 anos irá reforçar significativamente os esforços do Governo para salvaguardar a sua soberania", sublinhou Aweis.

A Turquia é um importante aliado que tem apoiado a Somália em setores como a educação, as infraestruturas e a saúde, além de prestar ajuda humanitária e militar.

O pacto surge num momento em que se verifica uma escalada de tensões diplomáticas com a Etiópia.

As tensões começaram a 01 de janeiro, quando as autoridades etíopes e a Somalilândia, uma região somali autoproclamada independente, assinaram um memorando de entendimento para garantir o acesso da Etiópia ao Mar Vermelho.

O pacto permitiria a Adis Abeba obter uma base naval permanente e um serviço marítimo comercial no Golfo de Aden através de um acordo de arrendamento de 20 quilómetros de costa por 50 anos.

Em troca, segundo o líder da Somalilândia, Muse Bihi Abdi, a Etiópia reconheceria internacionalmente o território como um país independente, embora Adis Abeba tenha afirmado que ainda não avaliou este pedido.

O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, considerou o pacto ilegal e anulou-o.

A Somalilândia não é reconhecida internacionalmente, embora tenha a sua própria constituição, moeda, Governo e um desenvolvimento económico e estabilidade política com melhores indicadores do que os da Somália.

A região declarou a sua separação da Somália, uma antiga colónia italiana, em 1991, quando o ditador somali Mohamed Siad Barré foi derrubado.

Leia Também: Somália anuncia ter desativado grupos no Whatsapp ligados à Al-Qaida

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