A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, deixou, esta quarta-feira, críticas à NATO, acusando a Aliança de planear e "coordenar" o fornecimento de armas à Ucrânia, mostrando assim a sua abertura a um "envolvimento direto" no conflito.
"No meio de problemas de fornecimento por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, a Aliança está, de facto, determinada a assumir o papel de coordenar o fornecimento de armas ao regime de Zelensky. Parece que a NATO está muito aberta quanto ao seu envolvimento direto no conflito", atirou a diplomata, segundo cita a agência estatal russa TASS.
De notar que, também no dia de hoje, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reconheceu que a situação militar na Ucrânia é "extremamente difícil", mas considerou positivos os esforços "no valor de milhares de milhões de euros" para apoiá-la.
Stoltenberg defendeu, contudo, que o apoio que continua a ser prestado pelos países da aliança político-militar à Ucrânia, que "nos últimos dias anunciaram pacotes de apoio no valor de milhares de milhões de dólares, incluindo armamento e equipamento militar".
A invasão da Ucrânia ocorreu a 24 de fevereiro de 2022. Ontem, o presidente da Ucrânia alertou que o atraso nas entregas de armas dos aliados ocidentais está a abrir a porta para avanços no campo de batalha pelas forças russas e a tornar a luta dos ucranianos "muito difícil".
Os países europeus estão a lutar para encontrar reservas de armamento suficientes para enviar para Kyiv, e a ajuda dos EUA no valor de 60 mil milhões de dólares está paralisada devido a diferenças políticas no Congresso norte-americano. O impasse parece estar a favorecer a Rússia.
Leia Também: Vitória "será russa se Ucrânia deixar de receber ajuda" do Ocidente