O presidente norte-americano, Joe Biden, mostrou-se perplexo com as declarações do antigo chefe de Estado daquele país, Donald Trump, que comparou a morte do opositor russo Alexei Navalny com a multa de 354,9 milhões de dólares (cerca de 329,4 milhões de euros) a que foi sujeito, por práticas fraudulentas em negócios.
"Algumas das coisas que aquele sujeito tem dito, como comparar-se a Navalny e dizer que o nosso país tornou-se comunista, [e que] foi perseguido, assim como Navalny foi perseguido. Não sei de onde raio saiu isto", lançou Biden, durante um evento de angariação de fundos em São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, na quarta-feira.
O responsável foi mais longe, tendo apontando que, se estivesse ali "há 10, 15 anos e dissesse isto", toda a gente pensaria que deveria ser "internado".
"Deixa-me perplexo. Já estou aqui há muito tempo e nunca vi uma multidão como a republicana do MAGA", acrescentou, referindo-se ao slogan ‘Make America Great Again’ de Trump.
E complementou: "Parecem ter muito pouca orientação moral sobre o que é importante para as pessoas."
Saliente-se que as afirmações de Trump foram proferidas durante uma entrevista à Fox News, transmitida na terça-feira, em que o magnata equiparou os casos judiciais de que tem sido alvo a uma "forma de comunismo ou fascismo".
"A súbita morte de Alexei Navalny tornou-me cada vez mais consciente do que está a acontecer no nosso país. É uma progressão lenta e constante, com políticos, procuradores e juízes de esquerda corruptos e radicais a conduzir-nos pelo caminho da destruição", disse.
Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia. O opositor russo de 47 anos, que estava numa prisão no Ártico para cumprir uma pena de 19 anos sob "regime especial", ter-se-á sentido mal depois de uma caminhada e perdido a consciência, no dia 16 de fevereiro.
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