Zelensky exclui negociar até que Putin aceite derrota na guerra
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou hoje, em Kyiv, a excluir a possibilidade de negociações com o homólogo russo até que Vladimir Putin aceite a sua derrota na guerra.
© Ozge Elif Kizil/Anadolu via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A declaração de Zelensky foi feita em conferência de imprensa, numa altura em que o conflito gerado pela invasão russa da Ucrânia entra no seu terceiro ano.
"É possível falar com uma pessoa surda? É possível falar com uma pessoa que mata os seus oponentes?", disse o governante, ao ser questionado sobre a possibilidade de procurar uma saída negociada para a guerra.
O Presidente ucraniano insistiu na sua "Fórmula de Paz" - um documento que exige, entre outros, a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano - como o único quadro de negociação possível.
"Vamos oferecer-lhe [a Putin] uma forma de aceitar que perdeu a guerra e que esta foi um grande erro", disse Zelensky, que pretende realizar uma cimeira internacional na Suíça, na primavera, para conseguir que o maior número possível de países apoie a "Fórmula de Paz".
O chefe de Estado explicou que, uma vez obtido o apoio destes países, o documento será apresentado a Putin, tal como foi feito com o acordo sobre os cereais patrocinado pela Turquia e pelas Nações Unidas.
O Presidente russo concordou, entre julho de 2022 e julho de 2023, em permitir o trânsito de cereais através do mar Negro, a partir dos portos ucranianos, em troca do levantamento das sanções impostas ao setor agrícola ucraniano.
Zelensky declarou que a Rússia conseguiu apoderar-se dos planos da contraofensiva ucraniana de 2023, antes mesmo de a operação ter começado, admitindo que o seu fracasso foi um duro golpe para a Ucrânia.
"Os nossos planos de contraofensiva estavam na mesa do Kremlin antes de a contraofensiva começar", justificou, em declarações aos jornalistas, aludindo à fuga de informação.
Para evitar "fugas de informação" no futuro, acrescentou, os seus chefes militares estão a elaborar vários planos de batalha para 2024.
A grande contraofensiva do verão de 2023 enfrentou as poderosas linhas de defesa russas, que esgotaram os recursos do exército ucraniano, sem conseguir libertar as regiões ocupadas pela Rússia.
Agora, são as forças russas que estão na ofensiva contra as tropas ucranianas, com falta de munições. Kiev alertou que metade das armas ocidentais prometidas estão a ser entregues com atraso, e a ajuda dos Estados Unidos, crucial para a Ucrânia, está a ser bloqueada pelos aliados republicanos de Donald Trump, que têm a maioria no Congresso norte-americano.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa na que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
O conflito, que entra agora no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, e um número exato por determinar de vítimas civis e militares.
[Notícia atualizada às 18h11]
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