Os cortes serão efetuados principalmente em postos já vazios - e não em soldados efetivos - incluindo em postos relacionados com a contrainsurreição, que foram reforçados em número durante as guerras do Iraque e do Afeganistão, mas que não são tão necessários atualmente. Cerca de 3.000 postos a cortar estão inseridos nas forças de operações especiais do Exército.
Ao mesmo tempo, porém, o plano de restruturação adiciona cerca de 7.500 soldados noutras missões críticas, incluindo unidades de defesa aérea e de luta contra 'drones' (aparelhos não tripulados) e em cinco novas 'task-forces' em todo o mundo, com capacidades cibernéticas e de ataque de longo alcance.
De acordo com um documento do Exército, citado hoje pela agência norte-americana AP, a estrutura militar dos EUA está "significativamente sobre-estruturada" e não há soldados suficientes para preencher as unidades existentes.
Os cortes, segundo o mesmo documento, são "espaços" e não "rostos" e o Exército não vai pedir aos soldados que abandonem a estrutura militar.
Esta restruturação ocorre após duas décadas de guerra no Iraque e no Afeganistão, que forçaram o Exército a expandir-se rápida e dramaticamente, de forma a preencher as brigadas enviadas para a frente de batalha.
Recentemente, o foco dos militares virou-se para a competição entre grandes potências por parte de adversários mais diretos, como a China e a Rússia, e para as ameaças do Irão e da Coreia do Norte.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia mostrou a necessidade de dar maior ênfase aos sistemas de defesa aérea e às capacidades de alta tecnologia para utilizar e combater 'drones' aéreos e marítimos.
De acordo com o plano, o Exército cortará cerca de 10 mil vagas para engenheiros e empregos similares que estavam vinculados a missões de contrainsurreição. Outros 2.700 cortes virão de unidades que não são mobilizadas com frequência e podem ser reduzidos, e 6.500 virão de vários postos de treino e outros.
Fica também anunciada a redução de cerca de 10.000 postos de esquadrões de cavalaria, equipas de combate da brigada Stryker, equipas de combate da brigada de infantaria e brigadas de assistência às forças de segurança, que são usadas para treinar forças estrangeiras.
As mudanças representam uma mudança significativa para o Exército se preparar para operações de combate em larga escala contra inimigos mais sofisticados, mas também sublinham os grandes desafios de recrutamento que todas as forças militares enfrentam, referiu ainda a AP.
No último ano fiscal, que terminou em 30 de setembro, a Marinha, o Exército e a Força Aérea não conseguiram cumprir as suas metas de recrutamento, enquanto o Corpo de Fuzileiros Navais e a Força Espacial cumpriram as suas metas.
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