A medida operacionaliza uma decisão tomada pelo Parlamento búlgaro no final de 2023 e que incluiu também a interrupção, desde 1 de janeiro, da exportação de produtos petrolíferos processados a partir de petróleo bruto adquirido à Rússia.
Até ao final deste ano, a Bulgária estava isenta de aplicar as restrições aprovadas pela Comissão Europeia e foi o único país entre os 27 com dispensa para importar por via marítima, a principal via de entrada do petróleo bruto no país.
Porém, numa ação de solidariedade com a Ucrânia, o Governo búlgaro, composto por conservadores e liberais, decidiu pôr fim antecipadamente à isenção.
Após intensos debates, em dezembro, o Parlamento búlgaro aprovou um calendário para reduzir as importações para metade a 01 de janeiro, para 25% a partir de 01 de fevereiro e a suspensão total desde 01 de março.
Esta é uma decisão com grande impacto no país, uma vez que a Bulgária possui apenas uma refinaria, propriedade da gigante russa Lukoil, que fornece quase todo o combustível do país.
A Lukoil, proprietária da refinaria Lukoil Neftochim Burgas - a maior do sudeste da Europa -- anunciou a 05 de dezembro a intenção de vender todos os seus ativos na Bulgária, incluindo armazéns de petróleo e uma extensa rede de postos de gasolina.
Segundo a organização não-governamental Centro para o Estudo da Democracia, a Bulgária importou um total de 43 milhões de barris de petróleo bruto russo durante 2023, no valor de aproximadamente 2,9 mil milhões de dólares.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Leia Também: "Vamos continuar a trabalhar". Bulgária concede nova ajuda militar a Kyiv