"A morte de Navalny é como que um símbolo do estado em que se encontra a Rússia atual. As vidas humanas não parecem ter qualquer importância para os atuais dirigentes russos: é possível matar uma pessoa sem sequer um encolher de ombros", declarou Stubb na sua primeira conferência de imprensa como chefe de Estado.
"Condeno o assassínio político de Navalny e creio firmemente que os líderes políticos russos devem ser responsabilizados por isso", acrescentou, sem mencionar diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin.
O novo Presidente finlandês afirmou sentir grande satisfação pelo facto de milhares de cidadãos russos se terem hoje manifestado no funeral da figura de proa da oposição russa, cujos restos mortais foram hoje sepultados em Moscovo, por entre fortes medidas de segurança.
Stubb reconheceu que influenciar a sociedade civil da vizinha Rússia não é missão do Presidente finlandês, mas disse que mesmo os pequenos movimentos das organizações civis em prol da democracia e da liberdade "são bem-vindos".
"Espero que esta evolução na Rússia continue, mas temos de ser realistas, porque infelizmente não vejo a Rússia a tornar-se uma democracia liberal num futuro próximo", afirmou.
Sobre as relações bilaterais entre Helsínquia e Moscovo, quase inexistentes desde a adesão do país nórdico à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Stubb indicou que os únicos contactos que atualmente se registam são entre funcionários e diplomatas, embora não existam relações a nível político.
A propósito, revelou que não recebeu qualquer felicitação das autoridades russas pela sua posse como Presidente da República, como é habitual entre países vizinhos, mas acrescentou que também não a esperava.
"Para que as relações políticas de alto nível se reativem de algum modo, primeiro é necessário que a Rússia ponha fim à guerra na Ucrânia", sublinhou.
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