O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou, esta sexta-feira, que os Estados Unidos vão efetuar lançamentos aéreos militares de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, avançou a AFP.
"A ajuda que está a chegar a Gaza não é suficiente. Há vidas inocentes em jogo. Há vidas de crianças em jogo", disse Biden ao iniciar uma reunião na Casa Branca com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Durante o seu anúncio, Biden enganou-se e mencionou a Ucrânia quando queria referir-se a Gaza. "Nos próximos dias, iremos juntar-nos aos nossos amigos na Jordânia e outros para fornecer lançamentos aéreos de alimentos e bens para a Ucrânia. Procuraremos abrir outras vias para a Ucrânia, incluindo a possibilidade de um corredor marítimo para entregar grandes quantidades de alimentos", indicou na sua declaração com o destinatário equivocado.
O presidente norte-americano prometeu que insistirá para que Israel também facilite a entrada de mais camiões e a abertura de novas rotas terrestres para a entrada de ajuda humanitária no enclave.
"Deve haver centenas de camiões, não apenas alguns. Não vou ficar parado. Estamos a tentar fazer tudo o que podemos para obter mais assistência", afirmou.
Da mesma forma, Biden disse esperar que "em breve" seja alcançado um acordo para a libertação dos reféns detidos pelo grupo islamita palestino Hamas e um cessar-fogo de seis semanas na ofensiva israelita na Faixa de Gaza que permita a entrada de ajuda.
De realçar que este anúncio surge um dia depois as autoridades de saúde de Gaza, controlada pelo movimento islamista Hamas, ter denunciado que mais de uma centena de palestinianos foram mortos e mais de 700 ficaram feridos quando, segundo testemunhas, as tropas israelitas abriram fogo sobre uma grande multidão que correu para retirar mercadorias de um comboio de ajuda humanitária.
O Exército de Israel, contudo, atribuiu a matança a uma "fuga desordenada". Israel disse que muitos dos mortos foram espezinhados numa debandada ligada ao caos e que as suas tropas dispararam contra alguns elementos da multidão que, segundo eles, representavam "uma ameaça" para os soldados.
A hipótese de lançamentos aéreos militares já havia sido avançada por responsáveis norte-americanos.
Pelo menos 576.000 pessoas na Faixa de Gaza estão a um passo da fome, de acordo com o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
[Notícia atualizada às 22h18]
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