Antigo primeiro-ministro do Togo Agbéyomé Kodjo morre no exílio
O antigo primeiro-ministro e ex-presidente do parlamento do Togo, Agbéyomé Kodjo, morreu no exílio, aos 69 anos, informou hoje o portal de notícias local Ici Lomé.
© YANICK FOLLY/AFP via Getty Images
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Kodjo encontrava-se exilado após as eleições presidenciais de 2020, em que Faure Gnassingbé obteve um novo mandato.
A morte de Kodjo no domingo foi confirmada por fontes próximas do político, citadas pelo portal local noticioso Ici Lomé, sem que as autoridades togolesas tenham feito qualquer declaração até ao momento sobre a morte do líder da oposição, que era muito próximo do arcebispo emérito de Lomé, Philippe Kpodzro, falecido em janeiro, aos 93 anos, na Suécia.
Kodjo foi primeiro-ministro entre agosto de 2000 e junho de 2002, durante a presidência de Gnassingbé Eyadema - pai do atual Presidente - sob a qual tinha sido anteriormente ministro da Juventude, da Administração Territorial e da Segurança. Foi também Presidente da Assembleia Nacional de 1999 a 2000.
O líder da oposição, nascido em 1954 na cidade de Tokpli, distanciou-se do então Presidente no contexto das tensões no seio do partido do governo, a União do Povo Togolês (RPT), e, quando regressou do exílio após a morte de Eyadéma Gnassingbé em 2005, foi brevemente detido.
Depois disso, manteve-se nas fileiras da oposição contra Faure Gnassingbé, que ascendeu à presidência após a morte do pai, e acabou por concorrer como candidato da unidade nas eleições presidenciais de 2020 sob a coligação Dynamic Monsignor Kpodzro (DMK), apoiada por um dos seus mentores políticos.
Após as eleições, Kodjo afirmou que era o "Presidente eleito" e recusou-se a reconhecer a vitória de Gnassingbé, que conquistou um quarto mandato à frente do país. Neste contexto, foi detido pelas forças de segurança togolesas e, após a sua libertação, exilou-se, sem regressar ao seu país natal.
A vitória de Gnassingé perpetuou uma saga familiar à frente do país desde o golpe de Estado de 1967. A vitória foi possível depois de o parlamento ter aprovado, em 2019, o regresso do limite de dois mandatos previsto na Constituição, que Eyadema aboliu em 2002 para se manter no cargo.
No entanto, esta alteração constitucional permitiu que Gnassigbé se candidatasse a novas eleições - nas quais obteve 72% dos votos, em comparação com os 18% de Kodjo - e que se mantenha no cargo até 2030, caso vença também as eleições previstas para 2025.
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