"A República Federal da Somália é agora oficialmente um membro de pleno direito da Comunidade da África Oriental depois de ter depositado o seu instrumento de ratificação (do tratado de adesão) junto do secretário-geral (...) na sede da EAC em Arusha, na Tanzânia", declarou a organização na rede social X (antigo Twitter).
Este último passo na integração da Somália foi dado pelo ministro do Comércio e da Indústria da Somália, Jibril Abdirashid Haji Abdi, que se deslocou à cidade tanzaniana para entregar o documento ao secretário-geral da EAC, Peter Mathuki.
O evento teve lugar semanas depois de o parlamento somali ter ratificado o tratado de adesão, em 10 de fevereiro, com 148 votos a favor, um contra e uma abstenção.
"Isto marca o início de uma nova era de integração regional, cooperação e desenvolvimento. Juntos somos fortes", afirmou na altura Mohamed Osman, conselheiro económico nacional do Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud.
A Somália foi admitida como membro do grupo na Cimeira dos chefes de Estado e de Governo da EAC, realizada em Arusha, em 24 de novembro.
Antes da adesão da Somália, a República Democrática do Congo (RDCongo) foi o último Estado a aderir ao bloco, que inclui também o Uganda, a Tanzânia, o Ruanda, o Burundi, o Quénia e o Sudão do Sul, em 2022.
A EAC foi fundada em 2000 e, em 2010, lançou o seu próprio mercado comum de bens, trabalho e capital na região, com o objetivo de criar uma moeda comum e, em última análise, uma federação política.
A admissão da Somália, que tem uma população de cerca de 17 milhões de habitantes, alarga o mercado da EAC a mais de 300 milhões de pessoas.
Além disso, a Somália acrescenta mais de 3.000 quilómetros de costa ao bloco, tendo a mais longa linha costeira de qualquer país africano continental.
No entanto, a Somália tem estado num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um Governo efetivo e nas mãos de milícias islâmicas e senhores da guerra.
O Governo da Somália enfrenta atualmente uma insurreição do grupo extremista Al Shabab.
O grupo, afiliado desde 2012 à Al-Qaida, efetua frequentemente ataques em Mogadíscio e noutras partes do país para derrubar o Governo central - apoiado pela comunidade internacional - e estabelecer um Estado islâmico ultraconservador.
O grupo controla as zonas rurais do centro e do sul da Somália e ataca também países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
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