Autoridade Palestiniana saúda decisão de Espanha de sancionar 12 colonos

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana classificou hoje como "corajosa" a decisão de Espanha de sancionar um primeiro grupo de 12 colonos extremistas da Cisjordânia, afirmando que é "um passo na direção certa".

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Lusa
04/03/2024 21:08 ‧ 04/03/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

A Autoridade Palestiniana emitiu também um apelo a todos os países para que imponham sanções não só aos colonos israelitas extremistas, mas também às milícias armadas, e para que pressionem Israel a pôr fim ao seu "sistema colonial", informou a agência de notícias WAFA.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, da União Europeia e da Cooperação espanhol, José Manuel Albares, precisou hoje o número exato de colonos sancionados, depois de não ter sido possível chegar a um acordo a Vinte e Sete para que fosse a União Europeia (UE) a dar um passo em frente nessa matéria.

Segundo explicou Albares na sua comparência perante a Comissão Mista para a UE, o Governo espanhol já iniciou os procedimentos para impor estas sanções, que proibirão a entrada em Espanha às pessoas cujos nomes constam desta "lista negra".

"Condenámos o terrorismo do [movimento islamita palestiniano] Hamas, mas pedimos o respeito rigoroso do Direito Internacional e do Direito Internacional Humanitário em troca", afirmou, acrescentando também que "Espanha também é clara e firme na condenação veemente de tantas mortes de civis em Gaza".

Albares insistiu na necessidade de continuar a financiar a Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), aproveitando para recordar que só "a criação de um Estado palestiniano, realista e viável" poderá "garantir definitivamente a segurança de Israel e a paz na região" do Médio Oriente.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 150.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 30.534 mortos, mais de 71.000 feridos e milhares de desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.

Leia Também: Hungria recusa sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia

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