Mais de 70 crianças desaparecidas após ataques jihadistas em Cabo Delgado

Receia-se que algumas delas possam ter sido sequestradas por pessoas ligadas ao Estado Islâmico.

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© EMIDIO JOSINE/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
05/03/2024 22:29 ‧ 05/03/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Moçambique

Mais de 70 crianças estão desaparecidas na sequência de ataques jihadistas na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Segundo a BBC, as crianças separaram-se das suas famílias à medida que fugiam da violência na região. Algumas foram encontradas, mas 72 estão ainda em parte incerta. As autoridades temem que algumas possam ter sido sequestradas por militantes ligados ao grupo terrorista Estado Islâmico.

A violência na região, onde militantes islamistas se alçaram em 2017, tem aumentado de intensidade. Segundo a organização médico-humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras, 80 mil pessoas foram forçosamente deslocadas pelo conflito desde janeiro deste ano.

Na semana passada, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que os jihadistas atacaram propositadamente a região de Chiùre, no sul da província, para sequestrar crianças. Poderão ter sido colocadas em campos de treino pelos militantes islâmicos.

As autoridades dizem que a calma foi reposta na zona, não sendo claro, até ao momento, quantos civis morreram nos recentes atos de violência que a assolaram.

O Estado Islâmico reivindicou no final de fevereiro a autoria de 27 ataques no mesmo mês, em vilas "cristãs" no distrito de Chiùre, Cabo Delgado, onde afirma terem morrido 70 pessoas.

Através dos canais de propaganda do grupo, que documenta estes ataques com fotografias, é referida ainda a destruição de 500 igrejas, casas, e edifícios públicos naquele distrito do sul da província de Cabo Delgado, conforme declarações a que a Lusa teve acesso.

Esta nova vaga de ataques em direção ao sul de Cabo Delgado, que tem vindo a crescer desde dezembro, após um período de vários meses de relativa acalmia, obrigou milhares de pessoas a abandonarem as suas aldeias, principalmente em Chiùre, mas as autoridades moçambicanas avançaram que há melhorias, com o número de deslocados -- segundo o executivo - a descer dos oficiais 67 mil para 45 mil, conforme avançou na segunda-feira o primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane.

O alto comissário da ONU para os Refugiados disse na segunda-feira, em Maputo, que Moçambique precisa de encontrar "as melhores soluções" para as pessoas obrigadas a fugir dos ataques armados em Cabo Delgado e das calamidades naturais, prometendo apoio.

"O mais importante ainda é como ajudar o Governo a encontrar soluções para as pessoas deslocadas, quer ajudando a regressarem às suas casas ou a transferi-las para outros lugares ou [a manterem-se] onde estão", disse o alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, em declarações aos jornalistas, após ser recebido pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em Maputo.

"Acordamos quanto aos passos subsequentes e à forma como as Nações Unidas podem melhor ajudar o Governo central e as autoridades locais a responderem a esta situação mediante a prestação de assistência humanitária, a curto prazo", afirmou.

Grandi, que prevê visitar Cabo Delgado esta semana, adiantou que está prevista a assistência jurídica aos deslocados e o apoio ao regresso às zonas de origem ou o reassentamento definitivo nas novas áreas.

Leia Também: Quase 100 mil deslocados em menos de um mês no norte de Moçambique

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