EUA e Israel discutem "distribuição segura de ajuda dentro de Gaza"

O Secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, reuniu-se com Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel.

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© JULIA NIKHINSON/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
06/03/2024 00:11 ‧ 06/03/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, reuniu-se nesta terça-feira com Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel.

A reunião serviu "para discutir operações militares israelitas, condições atuais no terreno e a terrível situação humanitária em Gaza".

No X (antigo Twitter), Lloyd Austin disse que foi também discutida "a importância de cooperar com parceiros internacionais e regionais", de forma a "aumentar o fluxo de ajuda humanitária".

A cooperação servirá também para "assegurar a distribuição segura de ajuda dentro de Gaza".

Nesta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou ao Hamas para aceitar um "cessar-fogo imediato" com Israel, numa altura em que estão em curso negociações no Cairo entre o movimento islamita palestiniano e mediadores internacionais.

"Temos uma oportunidade [de alcançar] um cessar-fogo imediato que poderá trazer reféns [em posse do Hamas] para casa, permitir um aumento significativo da ajuda humanitária aos palestinianos que dela necessitam tão desesperadamente, e que poderá então também criar as condições para uma resolução duradoura" do conflito, declarou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, que hoje recebeu em Washington o primeiro-ministro do Catar, um dos países envolvidos na mediação internacional.

"Cabe ao Hamas decidir se está pronto para apoiar este cessar-fogo", acrescentou.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, cujo país desempenha um papel fundamental nas negociações, prometeu ser "persistente para garantir que este acordo seja concluído".

"Apesar dos esforços daqueles que tentam minar a paz, queremos a paz, queremos o fim do sofrimento humanitário, queremos que os reféns regressem às suas famílias", referiu.

Antony Blinken também apelou a Israel para permitir que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, onde a ONU diz que a fome é quase inevitável, o que levou Washington a recorrer a lançamentos aéreos de ajuda.

"Israel deve maximizar todos os meios possíveis, todos os métodos possíveis, para levar ajuda a quem precisa", disse Blinken, apelando ao país para abrir mais pontos de passagem de apoio humanitário para o enclave palestiniano.

A 07 de outubro de 2023, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 151.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 30.631 mortos, mais de 71.000 feridos e cerca de 8.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de desnutrição que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 6.650 detenções.

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