Netanyahu promete perseguir Hamas "em todos os cantos de Gaza"
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou hoje que a ofensiva militar na Faixa de Gaza prosseguirá até à "vitória total" e implicará perseguir os membros do movimento islamita palestiniano Hamas "em todos os cantos" do enclave, "incluindo Rafah".
© Reuters
Mundo Israel
Na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, está concentrado mais de um milhão de pessoas, a maioria das quais deslocadas pela guerra iniciada há cinco meses por Israel em retaliação ao ataque do Hamas a território israelita. A ONU já advertiu de que uma ofensiva em grande escala naquela zona terá consequências devastadoras.
Netanyahu, que falava numa escola de cadetes no sul de Israel, argumentou que o país trava "uma guerra existencial" e que "tem de ganhá-la", pelo que não descarta entrar no que descreveu como "o último bastião do Hamas", independentemente das críticas internacionais.
"Aqueles que nos dizem que não atuemos em Rafah estão a dizer-nos que percamos a guerra, e isso não vai acontecer", sublinhou.
Segundo o chefe do executivo israelita, os Governos internacionais deveriam entender que "derrotar os assassinos" do 07 de outubro significa "impedir o próximo 11 de Setembro", noticiou o diário The Times of Israel.
A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 153.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 30.800 mortos, pelo menos 72.298 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 6.650 detenções.
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