Juan Orlando Hernández, ex-presidente das Honduras, foi considerado culpado de acusações de tráfico de droga por um tribunal federal dos Estados Unidos.
Segundo a BBC, Hernández, que foi presidente entre 2014 e 2022, foi condenado por conspirar para importar cocaína para os Estados Unidos e por possuir "dispositivos destrutivos", incluindo metralhadoras.
Os procuradores norte-americanos consideraram que o ex-presidente, que pode ser condenado a prisão perpétua, dirigia as Honduras como um "narcoestado", protegendo e aceitando subornos de traficantes de droga.
Hernandéz foi ainda acusado de se ter associado a "alguns dos mais prolíficos traficantes de droga do mundo para construir um império corrupto e brutalmente violento baseado no tráfico ilegal de toneladas de cocaína para os Estados Unidos".
O ex-presidente, de 55 anos, foi condenado por um júri de um tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque, após dois dias de deliberações.
O ex-chefe de Estado das Honduras foi detido em sua casa em Tegucigalpa, cerca de um mês após deixar o cargo, a pedido das autoridades norte-americanas.
Em abril de 2022, o Supremo Tribunal de Honduras ordenou a sua extradição para os Estados Unidos, após a resolução sobre a extradição ter sido assinada pelos 15 magistrados que compõem o Supremo Tribunal de Justiça.
Antes da acusação, o governo dos EUA era um fervoroso apoiante do governo de Hernández, tendo inclusive disponibilizando milhões de dólares para a cooperação na área da segurança para travar o fluxo de cocaína da América do Sul para os Estados Unidos.
No entanto, em 2019, um documento de 49 páginas elaborado pelo distrito do sul de Nova Iorque descreveu o então ainda presidente das Honduras como um "conspirador" que se associou ao seu irmão, Juan Antonio 'Tony' Hernández, e ao antigo presidente Porfirio Lobo Sosa "para utilizar o tráfico de droga para reforçar o seu poder e o seu controlo nas Honduras".
O documento indicava ainda que Hernández e Lobo Soso "usufruíram do narcotráfico" para financiar campanhas políticas e refere-se a "indicações de corrupção política de alto nível".
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