O relatório, divulgado na sexta-feira, baseia-se em "afirmações sem fundamento", reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Os especialistas internacionais afirmaram que a repressão do Irão contra os protestos pacíficos do final de 2022 e a "discriminação institucionalizada" contra as mulheres e as raparigas conduziram a "crimes contra a humanidade".
O Conselho dos Direitos Humanos pediu o inquérito na sequência das manifestações que abalaram o Irão a partir de setembro de 2022 e da morte de Mahsa Amini.
A jovem, de 22 anos, morreu depois de ter sido detida pela polícia da moralidade por violar o código de vestuário da República Islâmica, que obriga as mulheres a usar o véu em público.
As autoridades iranianas recusaram-se a participar no inquérito.
O porta-voz da diplomacia de Teerão disse no comunicado divulgado hoje que o inquérito se baseia em "informações falsas e tendenciosas sem base legal".
Segundo Kanani, "o comité de peritos não só não conseguiu apurar a verdade, como distorceu deliberadamente os factos".
O relatório "foi preparado pelo regime sionista [Israel], pelos Estados Unidos e por alguns países ocidentais", disse Kanani.
O porta-voz considerou que os países em questão "prosseguem um projeto de iranofobia e de difamação do Irão".
Estes países "estão zangados com o fracasso das suas intervenções durante os motins", referiu.
Kanani acrescentou que a comissão especial nomeada pelo chefe de Estado iraniano, Ebrahim Raissi, para investigar os tumultos de 2022, "enviou o relatório final ao Presidente nos últimos dias", sem revelar as conclusões.
As autoridades afirmam que os motins foram fomentados pelos inimigos da República Islâmica, nomeadamente os Estados Unidos.
Segundo os peritos da ONU, as forças de segurança iranianas mataram pelo menos 551 manifestantes e "utilizaram uma força desnecessária e desproporcionada".
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