Da'Vine Joy Randolph fala de resiliência no caminho duro até aos Óscares

A atriz Da'Vine Joy Randolph, que venceu esta madrugada o Óscar de Melhor Atriz Secundária pelo seu papel no filme 'Os excluídos', falou da resiliência e confiança necessárias para perseguir uma carreira difícil com muitas negas pelo caminho. 

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Lusa
11/03/2024 08:07 ‧ 11/03/2024 por Lusa

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"É uma carreira muito difícil para seguir a pensar nos prémios", considerou a atriz na sala de entrevistas, nos bastidores da 96.ª edição dos Óscares. Randolph conseguiu a consagração aos 37 anos. 

"O bonito e o difícil de ser uma atriz é que requer resiliência e autoconfiança e acreditar em nós mesmos quando mais ninguém acredita", afirmou. "Quando estamos constantemente a ouvir 'não' e dizemos 'vou continuar em frente'".

Randolph era a favorita para vencer a estatueta pelo papel de Mary Lamb no filme de Alexander Payne, numa categoria em que ultrapassou veteranas da indústria como Jodie Foster. 

"Embora isto possa desafiar a nossa saúde mental, também a pode fortalecer, porque temos de nos fortificar de uma forma que algumas pessoas nunca têm de fazer". 

A atriz, que teve uma das passagens mais longas da noite pela sala de entrevistas, frisou a importância de mais atores negros serem vistos e terem destaque, e fez a sua defesa de maior diversidade.

"Esforço-me por autenticidade, por uma qualidade que permita que haja um novo padrão onde possamos contar histórias universais em corpos negros, e possam ser aceites e apreciadas pelas massas", sublinhou. "Não é só televisão negra, filmes negros, pessoas negras, mas uma performance universal que pode ser apreciada por todos". 

Da'Vine Joy Randolph também mencionou a força dos criativos que vêm de comunidades com poucos recursos. 

"Por serem comunidades desfavorecidas, a coisa bonita que irrompe é a imaginação e criatividade, porque não têm muito mais", disse. "Por isso têm uma capacidade inata de criar. É uma dádiva", continuou, referindo que isso facilitará o trabalho quando aparecerem os recursos necessários. 

"Algo em que penso que nós, pessoas negras, somos boas é a fazer muito com muito pouco", considerou. "É um super poder e algo que devemos aplaudir". 

A 96.ª edição dos prémios da Academia decorreu esta madrugada no Dolby Theatre, em Hollywood, e consagrou 'Oppenheimer' como Melhor Filme.

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