"Só posso tornar-me primeiro-ministro se todos os partidos da coligação me apoiarem. Este não foi o caso", disse Wilders na rede social X, quase quatro meses após as eleições legislativas, marcados por negociações políticas para encontrar uma solução de governo.
Em 23 de novembro, o Partido da Liberdade (PVV), liderado por Wilders, ganhou as eleições legislativas, com um discurso abertamente antieuropeu e islamofóbico, embora não tenha alcançado maioria suficiente para governar sozinho.
Órgãos de comunicação social neerlandeses têm noticiado avanços nas conversações para a constituição de um executivo de base tecnocrática.
Os partidos políticos estão prontos para dar um "próximo passo" na formação de um governo ao final de dois dias de "boas" e "intensas" discussões, declarou na terça-feira o supervisor das negociações para a formação de um executivo, Kim Putters, que deve apresentar um relatório crucial na quinta-feira.
Wilders surpreendeu os Países Baixos e o resto da Europa ao obter pela primeira vez para a extrema-direita uma vitória nas últimas legislativas.
O líder do Partido da Liberdade (PVV) tentou primeiro obter a maioria governamental com o partido liberal VVD, o partido agrícola BBB e o partido centrista Novo Contrato Social (NSC), mas as negociações chegaram a um impasse no mês passado, quando o líder desta última força política, Pieter Omtzigt, se retirou abruptamente das conversações, apontando o estado sombrio das finanças públicas.
"Gostaria de um governo de direita. Menos asilo e imigração. Neerlandeses primeiro", escreveu Wilders no X, acrescentando: "O amor pelo meu país e pelos meus eleitores é grande e mais importante do que a minha própria posição".
Omtzigt já havia manifestado preocupações sobre o manifesto de Wilders, um texto islamofóbico e cético em relação ao clima, que defende nomeadamente a proibição das mesquitas e do Corão, livro sagrado islâmico, bem como a saída dos Países Baixos da União Europeia.
No sistema político neerlandês altamente fragmentado, onde nenhum partido é suficientemente forte para governar sozinho, o anúncio dos resultados marca geralmente o início de meses de negociações.
Na altura, o jornal Algemeen Dagblad descreveu as conversações como uma "catástrofe à espera de acontecer", com "veneno, críticas mútuas, fofocas".
Kim Putters, um antigo senador trabalhista, foi então nomeado para supervisionar o diálogo, trazendo com sucesso os líderes dos quatro partidos rivais de volta à mesa de negociações.
Mark Rutte permanece no cargo de primeiro-ministro enquanto se aguarda a formação de um novo governo, mas ao mesmo tempo aparece como o favorito para liderar a NATO.
Desde as eleições, o apoio ao PVV só se fortaleceu, segundo as sondagens.
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