O nome deste membro do movimento islamita palestiniano, Mohammad Abou Hasna, indicado pelo exército, aparece na lista dos quatro mortos no ataque ao armazém da Unrwa, comunicada um pouco antes pelo Ministério da Saúde do Hamas, onde é identificado como membro da polícia do movimento responsável pela segurança do armazém.
"Hasna era um oficial de apoio ao combate no braço armado do Hamas. Também esteve envolvido no [desvio] de ajuda humanitária e na sua distribuição aos terroristas do Hamas", escreveu o exército num comunicado.
Anteriormente, a Unrwa afirmou que pelo menos um dos seus funcionários tinha sido morto num ataque a um dos seus armazéns em Rafah.
"Pelo menos um funcionário da Unrwa foi morto e 22 outros ficaram feridos num ataque israelita a um centro de distribuição de alimentos no leste de Rafah", escreveu a agência da ONU, sem dar o nome do funcionário.
O Ministério da Saúde do Hamas em Gaza identificou um dos mortos, Hosni Abu Jazar, como funcionário da Unrwa."O ataque de hoje a um dos poucos centros de distribuição da Unrwa, ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, ocorre numa altura em que a subnutrição, e mesmo a fome em algumas zonas, está a alastrar" em todo o território, condenou Philippe Lazzarini, diretor da Unrwa, citado no comunicado de imprensa.
"Todos os dias, damos os nossos contactos às partes em conflito. O exército israelita recebeu as coordenadas, incluindo as deste centro, ontem [terça-feira]", acrescentou.
Desde o início da guerra, a 07 de outubro, pelo menos 165 membros da agência das Nações Unidas foram mortos e mais de 140 dos seus centros, incluindo muitas escolas, foram atingidos, refere o comunicado.
"Desde o início da guerra, os ataques aos centros da ONU tornaram-se uma ocorrência regular", acrescentou Lazzarini, denunciando "uma violação flagrante do direito internacional".
Um fotógrafo da agência de notícias francesa, AFP, viu as vítimas chegarem ao hospital al-Najjar de Rafah, pelo menos uma das quais foi identificada por outras pessoas no hospital como sendo um funcionário da ONU.
As tensões entre a ONU e Israel atingiram o seu ponto mais alto desde que, no final de janeiro, as autoridades israelitas acusaram 12 funcionários da agência de envolvimento no ataque de 07 de outubro perpetrado pelo Hamas, que causou a morte de 1160 pessoas em Israel, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP, baseada em dados oficiais.
A semana passada, o exército do Hamas atacou Israel e os ataques voltaram a subir de nível.
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