Mais de 80 mil muçulmanos rezaram hoje na Esplanada das Mesquitas
Mais de 80 mil muçulmanos rezaram hoje na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, na primeira sexta-feira do Ramadão, que decorre sem incidentes até ao momento.
© Amir Levy/Getty Images
Mundo Israel/Palestina
Jerusalém, 15 mar 2024 (Lusa) - Cerca de 80 mil muçulmanos rezaram hoje na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, na primeira sexta-feira do Ramadão, que decorre sem incidentes até ao momento.
O Departamento de Doações Islâmicas de Jerusalém indicou o número de 80 mil pessoas, mas lamentou que dezenas de milhares de fiéis não tenham podido comparecer devido às restrições israelitas aos palestinianos na Cisjordânia ocupada.
Os judeus referem-se à Esplanada das Mesquitas como o Monte do Templo, o local mais sagrado para o judaísmo, onde se situava o Segundo Templo, embora tenham de rezar no vizinho Muro das Lamentações.
Trata-se do terceiro local mais sagrado do Islão - depois de Meca e Medina - porque alberga a mesquita de Al Aqsa e a Cúpula da Rocha, onde os fiéis acreditam que Maomé ascendeu ao céu.
O Comissário da Polícia de Israel, General Kobi Shabtai, disse hoje que cerca de 40 mil fiéis tinham entrado no local e que não se tinham registado distúrbios.
Mesmo assim, acrescentou que os agentes israelitas permanecem em alerta para o risco de eventuais ataques.
Mais de três mil polícias israelitas estão destacados hoje em Jerusalém.
O grupo Hamas apelou na quinta-feira aos fiéis para se barricarem no interior da mesquita durante as primeiras orações de sexta-feira, algo que já aconteceu em anos anteriores, provocando tumultos.
De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, os fiéis, na maioria palestinianos, puderam entrar na mesquita sem restrições, tal como prometido na semana passada pelo governo israelita.
O Executivo de Israel referiu-se à "entrada livre durante a primeira semana do Ramadão em números semelhantes aos outros anos", embora tenha acrescentado que a situação vai ser revista semanalmente.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu na semana passada que o número de fiéis autorizados a rezar no Monte do Templo durante a primeira semana do Ramadão vai ser o mesmo dos anos anteriores e que não seriam impostas restrições aos árabes israelitas ou aos palestinianos que vivem em Jerusalém.
No entanto, o organismo militar responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados decidiu esta semana que o acesso dos residentes palestinianos da Cisjordânia ao local para as orações de sexta-feira está limitado a homens com mais de 55 anos, mulheres com mais de 50 anos e crianças com menos de 10 anos.
As tropas israelitas montaram um dispositivo de segurança alargado nos postos de controlo que conduzem a Jerusalém a partir da Cisjordânia, especialmente em Qalandia e Belém, onde milhares de fiéis viram o acesso recusado sob o pretexto de não terem as autorizações necessárias.
Israel concede habitualmente autorizações especiais para a entrada em Jerusalém aos palestinianos da Cisjordânia e de Gaza durante o Ramadão, mas este ano restringiu severamente as autorizações e negou completamente a entrada aos habitantes de Gaza.
Desde a ocupação israelita, em 1967, da parte oriental da cidade, até então controlada pela Jordânia, foi celebrado um acordo ainda hoje em vigor, segundo o qual a Esplanada das Mesquitas se destinava exclusivamente ao culto muçulmano.
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