Polícia e grupo armado travam violentos combates na capital do Haiti

Agentes da Polícia Nacional do Haiti travaram na sexta-feira à noite violentos confrontos com membros do G9, considerado o grupo armado mais poderoso do Haiti, na capital do país, Porto Príncipe.

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Lusa
16/03/2024 07:41 ‧ 16/03/2024 por Lusa

Mundo

Haiti

De acordo com relatos citados pela agência de notícias Efe, os confrontos causaram mortos, feridos e o pânico entre a população de Bas Delmas, um bairro situado no centro de Porto Príncipe que serve de base do grupo G9.

O G9 é liderado por Jimmy Chérizier, conhecido como "Barbecue", antigo agente da polícia de 46 anos, que é alvo de sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Os confrontos em Bas Delmas seguiram-se a um período de acalmia, após dias de ataques por parte dos grupos armados que praticamente controlam a capital do Haiti após o homicídio do Presidente Jovenel Moise em 2021.

Na quinta-feira a área metropolitana de Porto Príncipe tinha registado ataques, saques e incêndios contra instituições públicas e propriedades privadas, incluindo a residência do chefe da Polícia Nacional do Haiti.

Os grupos armados retomaram os ataques no dia em que o recolher obrigatório foi prorrogado mais uma vez no departamento de Oeste, onde fica Porto Príncipe e onde vigora o estado de emergência até 03 de abril.

A violência levou o primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar ao cargo a 11 de março, o que abriu caminho à formação de um conselho presidencial de transição, com o apoio da Comunidade das Caraíbas (Caricom).

Pouco antes do anúncio da renúncia de Ariel Henry, Jimmy Chérizier afirmou que não reconheceria um "governo formado pela Caricom ou outras organizações".

"Se a comunidade internacional continuar com a sua estratégia de entregar o poder a um pequeno grupo de políticos tradicionais, mergulhará o Haiti no caos", assegurou.

Sem Presidente, nem parlamento, o país não tem eleições desde 2016.

A representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados alertou na sexta-feira que "o aumento sem precedentes" da atividade de grupos criminosos no Haiti obrigou ao deslocamento de milhares de famílias, num país onde metade da população, cerca de 5,5 milhões de pessoas, 30% das quais crianças, necessitam de assistência humanitária urgente.

Num comunicado, Virginia Gamba insistiu no envio imediato da chamada missão Multinacional de Apoio à Segurança, autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.

O Quénia suspendeu na terça-feira o envio de agentes policiais para o Haiti, após a renúncia de Ariel Henry.

Leia Também: Calix fugiu de invasão no Haiti e deixou marido para trás. "Não sei dele"

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