África subsaariana tem 5 mil milhões de dívida para pagar este ano
Londres, 16 mar 2024 (Lusa) - Os países da África subsaariana vão ter de pagar cerca de 5 mil milhões de dólares de dívida vencida este ano, um valor que aumenta para 6 mil milhões no próximo ano, fomentando o regresso aos mercados internacionais.
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De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, os países da África subsaariana, incluindo Angola, terão de pagar 4,6 mil milhões de euros em dívida que vence este ano, um valor que vai aumentar para 5,5 mil milhões de euros no próximo ano.
No caso de Angola, a Bloomberg escreve que este país lusófono terá de pagar uma dívida de 864 milhões de dólares (793 milhões de euros) no final do próximo ano, o que encoraja as autoridades a voltarem aos mercados para sustentar este pagamento, num contexto de degradação das condições económicas internas, mas de melhoria das condições de financiamento nos mercados internacionais.
A análise da Bloomberg surge poucos dias depois de o Ministério das Finanças de Angola ter anunciado que pretende fazer uma emissão de dívida em moeda estrangeira, precisando que o processo usado será o de 'bookbuilding', ou seja, avaliação prévia do interesse do mercado.
O comunicado datado de 7 de março anuncia que o executivo "pretende realizar uma emissão de Títulos do Tesouro Nacional em Moeda Externa, no âmbito da estratégia de fomento do mercado de títulos públicos".
A operação é aberta a todos os interessados, anuncia, sem adiantar datas nem montantes, especificando aliás que o formato será o de 'Bookbuilding', um processo que serve para avaliar junto do mercado o interesse pelos títulos que quem emite quer colocar.
As maturidades serão de sete e dez anos, com vencimentos em outubro e novembro de 2031, e julho e dezembro de 2034, respetivamente, e os títulos a emitir pagarão cupões numa base semestral, detalha-se ainda na nota.
"A enfraquecida posição externa de Angola vai obrigar o país a ir aos mercados para pagar o título de 864 milhões de dólares que vence no final de 2025", escreve a Bloomberg, notando que "as receitas caíram, diminuindo o atual excedente da balança corrente em um terço, e os pagamentos de dívida à China recomeçaram em 2023", depois do final da iniciativa de suspensão do serviço da dívida, criada no contexto da pandemia para ajudar os países a enfrentarem o aumento das despesas com a saúde.
O anunciado regresso de Angola aos mercados segue o exemplo de vários países da região que voltaram e emitir dívida pública desde o princípio do ano, num movimento iniciado pela Costa do Marfim e seguido já pelo Benim e Quénia, a que se deverão juntar Nigéria, Angola, África do Sul e Gabão, conclui a Bloomberg.
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