Após uma reunião hoje com o rei jordano Abdullah II na cidade portuária de Aqaba, Olaf Scholz afirmou que, na sua opinião, "é perfeitamente claro, neste momento, que todo o possível deve ser feito para evitar que a situação em Gaza piore ainda mais".
Scholz declarou que uma ofensiva israelita em Rafah causaria "um enorme número de vítimas" e isso "tornaria muito difícil qualquer progresso em direção à paz".
"Penso que há muitas pessoas em Israel que sabem disso", acrescentou o chanceler alemão.
Scholz juntou-se assim ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que pediu a Netanyahu que exercesse a máxima contenção possível nos seus futuros planos militares para a Faixa.
"Como comentou o presidente dos Estados Unidos, estamos num ponto em que devemos ter muito, muito, muito cuidado para evitar que o número de vítimas dispare novamente", declarou Scholz no final da reunião com Abdullah II.
Em declarações após a reunião com Scholz, citadas pela televisão jordana Al-Mamlaka, Abdullah II afirmou a "necessidade de a comunidade internacional avançar para alcançar um cessar-fogo imediato e permanente" em Gaza, onde a situação humanitária é "miserável" e exige "esforços duplicados" para evitar que se agrave ainda mais.
O rei jordano apelou à "intensificação dos esforços para proteger os civis e para o fornecimento de ajuda humanitária suficiente na Faixa através de todos os meios possíveis".
Neste sentido, Abdullah alertou para o "perigo" da suspensão do financiamento da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) por vários países, como a Alemanha, após as acusações de Israel contra uma dezena de trabalhadores da organização de terem participado nos ataques de 07 de outubro.
O rei manifestou a sua rejeição a "qualquer tentativa de deslocar os palestinianos" do enclave ou da Cisjordânia ocupada, ao mesmo tempo que apela ao trabalho "efetivo" para encontrar uma solução política baseada na solução de dois Estados.
Em Rafah, no extremo sul da Faixa que faz fronteira com o Egito, há cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas que já não têm para onde fugir da guerra.
O chanceler alemão viaja ainda hoje para Israel, onde se reunirá com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outros membros do Governo de Israel.
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