Os atacantes raptaram 87 pessoas na localidade de Kajuru Station, no domingo à noite, disse o presidente do governo local, Ibrahim Gajere, enquanto uma fonte da ONU e um antigo responsável local adiantaram à agência de notícias France-Presse (AFP) que 16 pessoas tinham sido levadas pelos raptores numa aldeia vizinha, no sábado.
Estes novos raptos seguem-se ao de várias dezenas de pessoas na semana passada no mesmo distrito de Kajuru, bem como aos mais de 250 alunos de uma escola em Kuriga, a 150 quilómetros de Kajuru, no início de março.
Os novos raptos tiveram lugar durante o fim de semana, referem as fontes.
No domingo à noite, homens armados raptaram 87 pessoas na localidade de Kajuru Station, segundo o presidente do governo local, Ibrahim Gajere. "Foram buscar as pessoas às suas casas sob a mira de uma arma", afirmou à AFP.
Um residente, Harisu Dari, disse que grupos de assaltantes invadiram a aldeia foram de porta em porta para raptar os residentes.
Uma fonte da ONU e um antigo responsável local, ambos em declarações à AFP sob condição de anonimato, confirmaram este relato.
No sábado, 16 pessoas foram raptadas em Dogon Noma, a cerca de dez quilómetros de distância, segundo Harisu Dari, a fonte da ONU e o antigo funcionário local.
A polícia de Kaduna e o comissário de segurança do Estado não responderam aos repetidos pedidos de confirmação.
Na semana passada, homens armados raptaram dezenas de pessoas de outra aldeia no distrito de Kajuru.
Os bandos criminosos realizam frequentemente raptos em massa no noroeste da Nigéria, visando escolas, aldeias e autoestradas, locais onde podem raptar rapidamente um grande número de pessoas para obterem um resgate.
No início deste mês, homens armados raptaram mais de 250 alunos de uma escola na aldeia de Kuriga, a cerca de 150 quilómetros de distância, num dos maiores ataques deste tipo em anos.
Esta vaga de raptos em grande escala está a pôr à prova a coragem do Governo do Presidente, Bola Ahmed Tinubu, que prometeu combater a insegurança.
A consultora nigeriana de gestão de riscos SBM Intelligence afirmou ter registado 4.777 pessoas raptadas desde que Tinubu tomou posse, em maio de 2023.
A Nigéria é assolada há anos pelo flagelo dos raptos por grupos terroristas e de criminosos, sobretudo desde que a organização Boko Haram raptou 276 raparigas em Chibok, em abril de 2014.
O nordeste da Nigéria é o epicentro das atividades do Boko Haram e da sua ramificação, o Estado Islâmico na África Ocidental. Nos últimos meses, a insegurança alastrou a outras zonas do norte e do noroeste, alertando para uma eventual expansão destas redes terroristas e criminosas.
Neste contexto, as forças nigerianas libertaram um total de 4.488 reféns raptados durante as operações em 2023, que também resultaram na morte de 6.880 elementos criminosos e na detenção de outros 6.790, de acordo com dados oficiais.
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