"Há uma necessidade urgente de sangue, anestésicos e medicamentos essenciais, e apenas metade das instalações de saúde de Porto Príncipe estão a funcionar normalmente", avisou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"A situação pode piorar significativamente nas próximas semanas se o combustível se tornar escasso e se o acesso a suprimentos médicos essenciais não melhorar em breve", acrescentou.
Tedros falava numa conferência de imprensa conjunta com o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, que também expressou preocupação em relação ao Haiti.
A este respeito, Tedros afirmou que, apesar de o surto de cólera no país ter diminuído desde o final do ano passado, poderá voltar a surgir se a situação atual se mantiver.
"Apelamos a um acesso seguro e desimpedido da ajuda humanitária, a garantias de segurança aos profissionais de saúde e à proteção das instalações sanitárias", disse Tedros, que apelou também à comunidade internacional para que aumente o apoio financeiro ao país das Caraíbas.
"Pedimos aos doadores e aos cidadãos que não esqueçam o povo haitiano", concluiu Tedros, que recordou que o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas estima em 1,4 milhões o número de pessoas que sofrem de subnutrição aguda no país.
A violência dos gangues causou 8.000 mortes no Haiti no ano passado e estas organizações criminosas controlam 80% de Porto Príncipe e outras zonas do país.
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