EUA condenam "ações perigosas" da China após incidente com navio filipino
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, condenou hoje as "ações perigosas" dos guarda-costeiros da China contra as operações marítimas "legais" promovidas pelas Filipinas no mar do Sul da China.
© Nathan Howard/Bloomberg via Getty Images
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Através de uma declaração, Miller repudiou "o uso repetido de canhões de água e manobras imprudentes de bloqueio por parte dos barcos" pela China, ações que provocaram "lesões" a tripulantes filipinos e "danos significativos no seu barco de reabastecimento, deixando-o imobilizado".
Este incidente constitui o último episódio da "repetida obstrução" por parte da China ao exercício da "liberdade de navegação em alto mar" dos navios filipinos, indicou o Departamento de Estado dos EUA em comunicado.
Miller qualificou as ações da China de "desestabilizadoras" para a região e acusa o gigante asiático de demonstrar "claro desprezo" pelo direito internacional.
O comunicado acrescenta que, segundo a decisão legalmente vinculativa do Tribunal de Arbitragem de Haia, de 2016, a China não tem "reivindicações marítimas legais" sobre as águas em redor do Second Thomas Shoal, um atol nas ilhas Spratly de soberania disputada no mar do Sul da China.
Os Estados Unidos "reafirmam" no comunicado que o artigo IV do tratado de defesa mútua entre os Estados Unidos e as Filipinas, de 1951, abrange "os ataques armados" contra Forças Armadas, embarcações públicas ou aviões filipinos -- incluindo da sua guarda costeira -- em qualquer parte do mar do Sul da China.
As Filipinas mantêm um diferendo com a China relativamente à soberania de várias ilhas e bancos de areia nas águas da região, que Pequim reclama como suas alegando "razões históricas", e apesar da decisão arbitral desfavorável de 2016.
As Filipinas acusaram a guarda costeira chinesa de disparar um canhão de água contra um navio de abastecimento filipino, ferindo várias pessoas durante um novo incidente, hoje de manhã, no mar da China do Sul da China.
O Exército filipino publicou imagens do ataque, que afirmou ter durado cerca de uma hora, ao largo do atol Second Thomas, onde navios chineses já usaram canhões de água e entraram em colisão com navios filipinos, em confrontações ocorridas nos últimos meses.
A guarda costeira chinesa e outros navios "mais uma vez, assediaram, bloquearam, disparam canhões e fizeram manobras perigosas" contra uma missão de rotação e abastecimento de rotina no sul do atol, hoje de manhã, declarou a missão operacional encarregada desta zona, a National Task Force for the West Philippine Sea (NTFWPS).
"As ações imprudentes e perigosas" contra o navio de abastecimento Unaizah May 4 "causaram graves prejuízos ao navio e ferimentos nos filipinos a bordo", acrescentou a força, em comunicado.
A missão operacional não precisou o número de feridos, nem forneceu detalhes sobre os ferimentos.
A União Europeia (UE) também rejeitou as "ações provocatórias" da China após a atuação da sua guarda costeira com um canhão de água contra um navio militar filipino, segundo alegou Manila.
A UE manifestou "profunda preocupação" por este incidente no recife nas ilhas Spratly, uma zona onde nos últimos meses se registaram diversos momentos de tensão entre embarcações dos dois países.
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